Essa é a terceira (e última) parte sobre o movimento artístico-literário que ajudou a formar as bases da identidade nacional brasileira, o Romantismo. No primeiro e segundo artigo foi abordado respectivamente, a primeira geração da poesia e seu impacto para o sentimento nacionalista e a segunda e terceira geração da poesia.
Imagem: Almeida Júnior. 1892 – (Pinacoteca do Estado de São Paulo).
Além da grande produção de poesia no Brasil logo no período pós-independência, a literatura também protagonizou uma interessante mudança conhecida como “romance de folhetim”. O romance é caracterizado como uma narrativa de fôlego longo, mais extenso que o conto ou a novela, no qual se contam histórias fictícias ou inspiradas na vida real e centrada em um enredo em que se desenvolvem vários conflitos em torno de um conflito central.
No século XIX, os romances eram publicados de forma parcial, em capítulos, nos jornais ou semanários, o modelo foi importado da França. No Brasil, os folhetins ganharam espaço com o desenvolvimento da imprensa, eles eram publicados diariamente em jornais da capital do Império, o Rio de Janeiro.
Esses folhetins tinham uma função muito importante no imaginário popular, os leitores acompanhavam ansiosamente a publicação de cada capítulo e chegavam até mesmo a mandar sugestões sobre o rumo do enredo.
É importante atentar-se que o público leitor dessa época era formado principalmente pela burguesia e pela nobreza, a população em sua maioria não era alfabetizada, entretanto há relatos de que as damas costumavam se reunir e enquanto uma lia o romance, as outras faziam trabalhos manuais escutando o desenrolar das tramas românticas. Como a tradição de literatura oral é muito forte, essa prática não chegava a ser incomum.
A prosa romântica no Brasil é uma das grandes fontes para a formação de uma mitologia de fato brasileira, seus personagens e tramas se enraizaram no imaginário nacional e perduram até os dias atuais.
O primeiro autor a produzir uma prosa de temática romântica no país foi Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa, ele não teve, porém, grande popularidade. Seu romance, publicado em 1843, chama-se “O filho do pescador”. Teixeira e Sousa era professor primário, mestiço e de origem pobre.
A prosa, diferente da poesia, não se divide em gerações. Para fins didáticos, os críticos a separam em quatro grupos e alguns autores, como José de Alencar, podem produzir romances em diferentes grupos. A prosa é dividida em:
A. Prosa urbana: com foco no cotidiano da burguesia, tem como cenário os centros urbanos.
Exemplos: A Moreninha (1844), O moço loiro (1845), Os dois amores (1848), A luneta mágica (1862) de Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882).
Senhora (1875), Diva (1864), A viuvinha (1857), Lucíola (1862) de José de Alencar (1829-1877).
Memórias de um sargento de milícias (1854) de Manuel Antônio de Almeida (1831-1861).
B. Prosa indianista: é parecida com a Poesia indianista, pois também apresenta o índio como protagonista e descreve com riqueza de detalhes a natureza do Brasil. O índio, tal como acontece na poesia, é caracterizado como fortes traços do cavaleiro medieval europeu, carregando a mesma ética e moral da civilização cristã europeia.
Exemplos: Ubirajara (1874), Iracema (1865), O Guarani (1857) de José de Alencar.
C. Prosa regionalista: É ambientada em diferentes regiões do Brasil e evidencia as paisagens, os usos e costumes típicos de cada região, inclusive os autores buscam retratar os modos de falar de uma determinada localidade.
Exemplos:Til (1872), O Tronco do ipê (1871) e O Gaúcho (1870) de José de Alencar.
Inocência (1872), A retirada da Laguna (1871) de Visconde de Taunay (1843-1899).
A escrava Isaura (1875) de Bernardo Guimarães (1825-1884); O cabeleira (1876) de Franklin Távora (1842-1888).
D. Prosa histórica: Tem como foco o passado histórico do Brasil, retratando costumes de uma época passada, mistura ficção e realidade.
Exemplos: Guerra dos Mascastes (1871) e As minas de Prata (1865) de José de Alencar.
Os romances indianistas também podem ser considerados como prosa histórica.
Vale ressaltar que o Romantismo ficou tão popular que o termo, mesmo depois de 200 anos, serve ainda para designar tudo que se refere ao amor, ou a projeções idealistas que geralmente estão contrários ao racionalismo ou ao realismo. A música romântica, a comédia romântica, os filmes e novelas românticas são frequentes no cenário atual.
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