No ano de 2010, a proposta de redação da FUVEST, mais uma vez, pediu que o candidato refletisse sobre um tema bastante profundo e, em certos aspectos, abstrato. Vamos relembrar:
A frase temática já demonstra a profundidade da questão a ser tratada na redação da FUVEST em 2010: “Um mundo por imagens”. O formato exigido é a dissertação e as instruções corriqueiras aparecem mais uma vez: escrever entre 20 e 30 linhas, dar título à redação e usar a norma culta padrão da língua portuguesa. No mais, é preciso lembrar sempre dos critérios de correção (coesão, coerência, correção na escrita) e levá-los em conta na produção do texto.
Relembradas as regras básicas da escrita da redação, é necessário, como sempre, ler e refletir sobre os textos motivadores fornecidos. O primeiro texto é, na verdade, uma imagem (sabiam que imagens também são textos?) que representa uma janela aberta, com o céu visível e um globo terrestre encaminhando-se para o interior da casa/do quarto ao qual a janela dá acesso. Em seguida, Gilbert Durand define os conceitos de símbolo e como estes, produzidos pela imaginação, fazem parte do modo como encaramos as situações. Por fim, Tânia Pellegrini menciona que atualmente temos acesso a muitas informações o tempo todo, mas que tais informações chegam a nós representadas por outras pessoas, o que faz com que não estejamos necessariamente tendo acesso a uma representação “pura” da realidade.
A própria proposta já traz uma breve reflexão acerca da frase temática e dos textos apresentados. A partir daí, ela pede que o aluno escolha apenas um item dentre pessoa, fatos, livros, instituições e situações e faça deste item o tema predominante de seu texto. Com isso, já se sabe que não fará muito bem à temática tentar abarcar vários deles e tentar argumentar sobre cada um. Provavelmente não haveria nem muito espaço para tal.
Escolhido o item, é hora de refletir. Primeiramente, lembremo-nos de que cada um de nós passou e passa por experiências e contatos pessoais diferentes. Além disso, a personalidade de cada um é mais um fator a ser levado em conta na interpretação do mundo e, justamente do que trata a proposta, de cada pessoa, comportamento e situação que se apresenta. Ao simplesmente ouvirmos uma música, toda essa bagagem fará parte em um certo tipo de julgamento que determinará se gostamos dela ou não, por exemplo. O mesmo ocorre com cada informação que recebemos (seja ela visual, auditiva ou sinestésica). Não é possível interpretarmos de forma neutra, justamente porque não estamos “em branco”. O mesmo ocorre com o modo como as informações são passadas. Aquele influencer que parece ter uma vida badalada, cheia de felicidade e compromissos que rendem bastante dinheiro muito provavelmente está escolhendo a dedo o que compartilha para passar essa imagem para seus seguidores. A blogueira que parece ter o corpo e rosto perfeitos pode estar escolhendo apenas seus melhores ângulos e a melhor luz para fotografar. A Carta Capital e a Veja podem noticiar exatamente a mesma coisa, mas com enfoques completamente diferentes. E nenhuma delas estará mentindo. O que está sendo feito é uma aplicação da vertente que cada um desses meios de comunicação segue em suas análises da notícia.
Depois de levar tudo isso em consideração, é possível construir uma reflexão pessoal acerca de um item específico e as interpretações possíveis de serem feitas acerca dele. Dependendo do que foi escolhido, as perguntas a serem respondidas ao longo da produção podem ser, por exemplo: a visão que todos (ou pelo menos a maioria) têm dele é a mais próxima da realidade possível? Por quê? Se não, o que faz com que esse item seja tão “disfarçado”? Esse “disfarce” é tão prejudicial assim? Ele sequer chega a ser prejudicial? (No caso de meios de comunicação com diferentes vertentes, por exemplo, é algo frutífero para a democracia que todos tenham igual liberdade de expressão e debate.) Por fim, uma boa conclusão pode ser a defesa de uma liberdade de interpretação ou o estabelecimento de limites na interpretação da realidade (alô, terraplanistas!) e como esses limites podem ocorrer, no caso de alguma das interpretações ser considerada prejudicial (alô, anti-vacinas!), por exemplo. Pode haver também sugestões de como podemos checar fatos até podermos chegar o mais próximo possível da informação real (checar a mesma notícia em fontes com vertentes diferentes, talvez?).
O que acharam do tema desta semana? Complexo, não? Qual a opinião de vocês sobre ele e como construiriam seus textos na FUVEST em 2010? Contem tudo pra gente nos comentários e até a semana que vem!
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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!
A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
https://infoenem.com.br/por-que-porque-porque-e-por-que-aprenda-a-diferenca-entre-cada-um-para-nao-errar-no-enem/
O que é SiSU?
É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
https://infoenem.com.br/como-funciona-o-sisu/