É comum, nos meses que antecedem as eleições, vermos mais notícias sobre os candidatos e até um horário político reservado a eles nos mais diversos canais da televisão brasileira. No entanto, o papel dos meios de comunicação às eleições e à democracia não se restringe a isso, uma vez que, além de promover a circulação de informações diariamente, eles também são responsáveis pela disseminação de ideias, valores e símbolos; caracterizando-se, assim, como um dos agentes de formação do imaginário nacional.
Figura reproduzida do site: http://paulinhonecooblog.blogspot.com/2015/06/ferias-xxv-charge-midia-com-sua.html
Antes de adentrar propriamente na relação entre a democracia e os meios de comunicação, deve-se partir da conceituação dominante atualmente na ciência política de democracia contemporânea, a qual compreende-a como uma série de procedimentos que permite que os cidadãos escolham seus líderes através de um processo político competitivo justo. Para que isso ocorra são necessários alguns pré-requisitos:
– A existência de eleições livres, justas e regulares aos principais cargos políticos, os quais podem ser ocupados por qualquer cidadão;
– A asseguração de direitos civis que permitam aos cidadãos produzir e obter informações tanto para participar do processo eleitoral como candidatos, quanto como eleitores.
Neste caso, a importância dos meios de comunicação à democracia está implícita em sua própria definição, implicando, portanto, o direito à liberdade de expressão e a existência de meios necessários para que a informação chegue mesmo nos lugares mais longínquos do país.
Ademais, ressalta-se que esta é uma definição contemporânea da democracia, uma vez que necessita de um aparato tecnológico capaz de realizar a comunicação em escala nacional ou ao menos de abranger uma audiência significativa que interfira nas opiniões e nos resultados eleitorais.
Entretanto, essa relação entre a democracia e a mídia, quando compreendida de maneira superficial pode culminar na ideia de que a imprensa e os meios de comunicação são neutros e imparciais, que eles expressam a realidade tal como ela é, sem juízos de valor ou opinião. Todavia, essa análise baseada apenas na aparência do fato desconsidera os interesses e as complexidades existentes, por dois fatores:
- Em uma democracia liberal, inserida em um sistema capitalista, os principais canais e meios de expressão pertencem a organizações privadas, que pertencem e reproduzem a lógica da classe dominante e possuem interesses particulares no tipo de informação que será veiculada. Ou seja, apesar de sustentarem um discurso de: manifestar a opinião pública e demonstrar a verdade, parte predominante da mídia expressa interesses corporativos, os quais pautam-se na maximização do lucro e não no compromisso social de formação cidadã.
- Além de pautarem no lucro, a escolha e o modo como as informações serão transmitidas, existem também os interesses políticos e ideológicos norteando tais conteúdos. Isto significa que a mídia pode – e muitas vezes vai – tratar determinada campanha ou pauta de maneira tendenciosa, influenciando a forma como os sujeitos irão pensar sobre os temas.
Figura reproduzida do site: http://cutrs.org.br/levantamento-aponta-que-midia-tradicional-ignora-criticas-a-reforma-da-previdencia/
Os meios de comunicação podem expressar seus posicionamentos tanto através das notícias ou dos programas de opinião, quanto por meio das novelas e das produções fictícias, as quais, ao abordarem temas cotidianos podem construir determinados estereótipos negativos sobre elementos que são políticos ou economicamente nocivos aos seus interesses.
Por fim, é notável que com os avanços tecnológicos a internet passou a ser um a principal fonte de consulta sobre a veracidade das informações, porém nem ela é isenta de interesses pessoais e corporativos. Portanto, deve-se ler criticamente qualquer tipo de informação recebida e, sempre que possível, consultar outras fontes para aumentar o próprio arsenal analítico antes de chegar a alguma conclusão.
Indice
Questão
(ENEM 2011) TEXTO I
A ação democrática consiste em todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá consequência na vida de toda coletividade.
(GALLO, S. etal. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. Campinas: Papirus, 1997 – adaptado)
TEXTO II
É necessário que haja liberdade de expressão, fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por parte da população às informações trazidas a público pela imprensa.
(http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010)
Partindo da perspectiva de democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicação, de acordo com o Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por:
A) orientarem os cidadãos na compra dos bens necessários à sua sobrevivência e bem-estar.
B) fornecerem informações que fomentam o debate político na esfera pública.
C) apresentarem aos cidadãos a versão oficial dos fatos.
D) propiciarem o entretenimento, aspecto relevante para conscientização política.
E) promoverem a unidade cultural, por meio das transmissões esportivas.
A alternativa correta é a letra B.
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