A segunda fase da Revolução Industrial e as consequências desse processo

A segunda fase da Revolução Industrial (1860-1945) foi responsável por implementar diversos avanços tecnológicos ao processo de industrialização e difundi-lo para outros países. Todas essas transformações ocasionaram profundas consequências sociais, econômicas e políticas que ainda marcam a atualidade com uma herança de desigualdade, desenvolvimento desenfreado, busca por lucro e exploração.

Como foi exposto no artigo anterior, todo o processo da Revolução Industrial gerou profundas transformações nas formas de produção, nas relações de trabalho e em diversos outros âmbitos da organização social e econômica da época.

A primeira fase foi marcada pelo pioneirismo inglês, pelo capitalismo industrial e pela evolução nas formas de trabalho, as quais passaram pelo sistema doméstico, pelas corporações e, por fim, alcançaram o estágio fabril. Posteriormente, iniciou-se a segunda fase da Revolução Industrial, responsável por difundir o processo e transformá-lo.

Cena do filme Tempos Modernos (1936) Fonte: https://betaeq.com.br/index.php/2019/03/15/maquinas-termicas-um-exemplo-de-aplicacao-da-termodinamica/revolucao-industrial/

Segunda fase da Revolução Industrial (1860-1945)

Essa fase também é conhecida como Revolução tecno-científica, pois implementou diversas inovações tecnológicas ao processo. Ela é marcada pela presença do Capitalismo Monopolista, isto é, a acumulação de capital mediante as atividades industriais e do setor financeiro. Assim, ocorreram mudanças na organização econômica, tais como o surgimento de sociedades bancárias mais influentes, que passaram a controlar o crédito, interferindo na atividade e no desenvolvimento do setor industrial. Além disso, inicia-se a utilização de novas fontes de energia: a elétrica (dínamos) e a petrolífera (diesel), o que permite o desenvolvimento do motor à combustão interna e do automóvel. Outro aspecto de transformação é o uso do aço, obtido através da união entre o ferro e a bauxita.

Acompanhando todas essas mudanças, ocorre também a difusão da Revolução para a Bélgica, França, Itália, Alemanha, Estados Unidos e Japão.

Para aprofundar esse processo e disseminá-lo foram necessários alguns fatores:

  • Obtenção de matérias-primas;
  • Ampliação do mercado consumidor;
  • Mão-de-obra disponível e barata;
  • Expansão do capital;
  • Deslocamento dos excedentes populacionais;
  • Avanços na área dos transportes para pessoas e mercadorias;
  • Novas formas de organização do trabalho, como o Fordismo e o Taylorismo.

Consequências:

  • Consolidação do capitalismo.
  • Surgimento de grandes centros urbanos.
  • Consolidação do trabalho assalariado.
  • Formação da classe operária (proletariado).
  • Greves e organizações de sindicatos e partidos que lutavam contra a ausência das leis trabalhistas, a baixa remuneração, as péssimas condições de trabalho e a exploração do trabalho infantil e feminino.
  • Condições paradoxais, pois apesar do desenvolvimento econômico advindo da Revolução, o processo de urbanização ao redor das indústrias ocorreu sem planejamento e de maneira precária. Essa situação somada com as péssimas condições de trabalho e a exploração dos trabalhadores, marcaram o período com extrema pobreza em dissonância com a riqueza dos patrões e proprietários.
  • Separação entre capital e trabalho.
  • Criação de teorias sociais críticas às consequências e ao modo de organização do processo: Socialismo, Comunismo e Anarquismo.
  • Desenvolvimento de uma nova divisão internacional do trabalho:
  • As áreas coloniais e as áreas dos países latino-americanos que conquistaram a independência passaram a ocupar um papel periférico, marcado por uma economia dependente;
  • A busca por matéria-prima, mercado consumidor e mão-de-obra barata fez com que as grandes potências explorassem os territórios Africanos, Americanos e Asiáticos em busca desses recursos. Para justificar essa expansão predatória e imperialista, dizia-se que a motivação para tais atos era a implantação do progresso nessas áreas, como se fosse um fardo do homem branco libertar os povos “selvagens” da barbárie.

Questão – Enem 2010

A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros, tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder.

DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 197 (adaptado).

Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX?

a) A facilidade em se estabelecerem relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista.

b) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial.

c) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas.

d) A grandiosidade dos prédios onde se localizavam as fábricas revelava os avanços da engenharia e da arquitetura do período, transformando as cidades em locais de experimentação estética e artística.

e) O alto nível de exploração dos trabalhadores industriais ocasionava o surgimento de aglomerados urbanos marcados por péssimas condições de moradia, saúde e higiene.

A alternativa correta é a letra E.

Acesse o portal InfoEnem e tenha acesso aos melhores conteúdos e informações sobre o Enem 2020!

Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!

A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
https://infoenem.com.br/por-que-porque-porque-e-por-que-aprenda-a-diferenca-entre-cada-um-para-nao-errar-no-enem/

O que é SiSU?

É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
https://infoenem.com.br/como-funciona-o-sisu/

0 Shares:
Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


You May Also Like