Aristóteles (384-322 a.C.) nasceu em Estagira, cidade macedônica intensamente helenizada, isto é, fortemente influenciada pela cultura grega. Antes dos 20 anos, mudou-se para Atenas e ingressou na Academia de Platão. Por ser um meteco (termo utilizado para se referir aos estrangeiros que viviam em Atenas), o filósofo não podia participar diretamente da vida política da cidade, visto que os estrangeiros, as mulheres e os escravos não eram considerados cidadãos (a própria noção aristotélica de cidadania se referia a possibilidade de exercer função pública). Sendo assim, apesar de sua relação com a democracia grega se limitar à teoria, ele possuía proximidade com governantes da Macedônia, o que lhe garantiu notoriedade no âmbito político. A prova de sua importância é que, posteriormente, ele foi designado para ser preceptor do príncipe Alexandre, o qual conquistaria um grande império e governaria com o título de Alexandre, o Grande (356-323 a.C.).
Com o passar dos anos Aristóteles distanciou-se da tradição platônica ensinada na Academia e fundou uma escola chamada Liceu, em Atenas, a qual rivalizaria com sua antecessora. Os discípulos da escola aristotélica eram chamados de peripatéticos, que significa “os que passeiam”, devido ao hábito de debater enquanto caminhavam ao ar livre.
Dentre as principais obras de Aristóteles, ressalta-se: Organon; Ética a Nicômaco; Política; Física; e Poética.
Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/05/arqueologos-afirmam-ter-encontrado-tumba-do-filosofo-grego-aristoteles.html
Indice
As ideias de Aristóteles
O pensamento de Aristóteles se opõe ao de Platão em diversos quesitos. O principal deles, certamente, é a importância dada aos sentidos (olfato, visão, paladar etc.) na busca pelo conhecimento. Para Platão, existia a superioridade do mundo das ideias sobre o mundo material: o que se vê no mundo seria um reflexo das formas perfeitas e imutáveis que existem no mundo das ideias e na alma dos indivíduos. Para Aristóteles ocorre justamente o contrário: as imagens formadas no pensamento surgem a partir de um contato prévio com as coisas materiais, as quais são captadas pelos órgãos dos sentidos. Por exemplo, imagine uma árvore. Como sabe-se que é uma árvore? Para Platão, reconhecer-se-ia nela características presentes numa ideia que existia nos pensamentos: a ideia de árvore. Diferentemente, para Aristóteles, percebem-se características compartilhadas entre diferentes objetos e seres na Terra, assim, é possível agrupá-los em definições específicas que comportam essas características em uma denominação.
Outro ponto de divergência é que Platão acreditava que as ideias eram inatas, mas Aristóteles dizia que a razão era inata, pois todos os homens nascem com ela e, por isso, possuem a capacidade de ordenar e classificar diferentes coisas no mundo conforme a percepção dos sentidos. Por exemplo, um touro é forte e ao mesmo tempo preto, ou seja, ele possui várias categorias de classificação. Dentre elas, a mais substancial é o touro, substância (primeira categoria); sua cor é preta, qualidade (outra categoria); e sua força é uma quantidade (outra categoria). Assim, Aristóteles definiu formas de se classificar as coisas.
O mundo material
Segundo Aristóteles, uma substância não é apenas uma determinada quantidade de matéria, ela também apresenta uma forma. A matéria é apenas um suporte passivo que necessita de uma forma para tornar-se uma coisa; já a forma é algo que pode ser percebido pela razão por meio da observação. Como no exemplo supracitado, a “substância touro” só é percebida porque se conhece a forma touro.
Todas as coisas existem em potência e em ato: enquanto uma coisa em potência é uma coisa que se transformará em outra (como a semente), a coisa em ato é algo que já está realizado (árvore). Assim, apreende-se que cada forma específica contém uma dinâmica interior, um tipo de movimento que possibilita a passagem da potência ao ato.
Tal potencialidade surgiu necessariamente de uma causa externa, isto é, de uma forma já desenvolvida, por exemplo, a semente surgiu da árvore, uma criança surge de um casal de adultos etc. A causa é justamente o que contribui para que um ser se torne real. Exposto isso, Aristóteles diferenciou:
- Causa material: o material que compõe a coisa (madeira, carne etc.);
- Causa formal: refere-se a forma (forma de árvore, de ser humano);
- Causa eficiente (motora): é a responsável por realizar a potencialidade de uma matéria;
- Causa final: objetivo ou finalidade do desenvolvimento da forma.
Essa distinção ficou conhecida como a Teoria das quatro causas. Aristóteles exemplifica-a com um escultor (causa eficiente) de uma estátua de mármore (causa material), representando o deus Hermes (causa formal) com a intenção de criar uma bela arte (causa final).
Questão – Enem 2016
Enquanto o pensamento de Santo Agostinho representa o desenvolvimento de uma filosofia cristã inspirada em Platão, o pensamento de São Tomás reabilita a filosofia de Aristóteles — até então vista sob suspeita pela Igreja —, mostrando ser possível desenvolver uma leitura de Aristóteles compatível com a doutrina cristã. O aristotelismo de São Tomás abriu caminho para o estudo da obra aristotélica e para a legitimação do interesse pelas ciências naturais, um dos principais motivos do interesse por Aristóteles nesse período.
MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
A Igreja Católica por muito tempo impediu a divulgação da obra de Aristóteles pelo fato de a obra aristotélica
a) Valorizar a investigação científica, contrariando certos dogmas religiosos.
b) Declarara inexistência de Deus, colocando em dúvida toda a moral religiosa.
c) Criticar a Igreja Católica, instigando a criação de outras instituições religiosas.
d) Evocar pensamentos de religiões orientais, minando a expansão do cristianismo.
e) Contribuir para o desenvolvimento de sentimentos antirreligiosos, seguindo sua teoria política.
A alternativa correta é a letra A.
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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!
A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
https://infoenem.com.br/por-que-porque-porque-e-por-que-aprenda-a-diferenca-entre-cada-um-para-nao-errar-no-enem/
O que é SiSU?
É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
https://infoenem.com.br/como-funciona-o-sisu/