Na metade do século XX muitas nações latino-americanas se viram assoladas por sangrentas e cruéis ditaduras militares. Aqui no Portal InfoENEM publicamos uma série explorando todos os governos militares brasileiros, e você pode conferir esse conteúdo clicando aqui.
Um dos países que mais sofreram com esses episódios foi o Paraguai. De acordo com o jornal La Nación, um dos mais tradicionais em países hispânicos, que compartilhou dados do Arquivo do Terror, a ditadura paraguaia deixou quase 50.000 pessoas desaparecidas em operações militares, além de quase 19 mil pessoas torturadas e mais de 20 mil vítimas diretas.
(Reprodução Jornal La Nación, fonte: Arquivo do Terror, Comissão de Verdade e Justiça do Paraguai).
Após a Guerra do Chaco, entre Paraguai e Bolívia, a economia paraguaia se viu profundamente impactada. Em 1949 tomou posse do governo o Colorado Federico Chaves – em meio ao caos político e econômico, Chaves começou a perseguir seus opositores. O presidente do Banco Central, Fleitas, defendia que o país solicitasse auxílio financeiro aos argentinos e ao FMI, proposta que Chaves era contra. Sendo assim, Fleitas deixou o Banco Central e começou a focar sua atenção no cargo da presidência. Com o apoio das forças armadas e dos EUA deu um golpe, e em 4 de maio de 1954, Chaves foi forçado a deixar o cargo e ir para a França como embaixador – mediante diversas negociações, o general Alfredo Stroessner subiu ao cargo de Presidente do Paraguai.
Controlando o Partido Colorado (que até hoje tem muita influência no Paraguai) e as Forças Armadas, Stroessner teve controle total do regime e dos poderes em suas mãos, formando assim um Estado opressor e repressivo, presente em todas as partes do Paraguai. Os seguidores de Fleitas foram expurgados, exilados ou presos, partes democráticas do Partido Colorado tiveram o mesmo destino, sob a justificativa por parte do governo, de combate ao comunismo (te lembra alguma coisa? Tipo um período da história do Brasil?).
Os militares aliados de Alfredo tinham diversos privilégios, e o presidente criou uma repartição de escolta armada para sua própria proteção – anos mais tarde, essa repartição foi investigada e descobriu-se que a mesma mantinha uma rede de mulheres, adolescentes e crianças em situação de escravidão sexual. Seu governo também concedeu asilo político para diversos criminosos de guerra nazistas/fascistas europeus.
A resistência era ativa, e contava com partes da igreja católica, estudantes, trabalhadores urbanos e rurais. O movimento sindical foi reprimido, bem como as greves de trabalhadores. Formaram-se guerrilhas armadas para combate do regime, um exemplo é o grupo “Frente Unido de Liberación Nacional”. Todos esses movimentos sofreram repressão: tortura, sequestro e até mesmo assassinato.
Por conta de toda a repressão, Alfredo tentou legitimar seu governo economicamente. Sua queda só se deu em 1989 com outro golpe militar. Os direitos humanos e a democracia não eram prioridades dos novos golpistas – uma eleição legítima só ocorreu no Paraguai em 1993 – elegendo o empresário Juan Carlos Wasmosy, do Partido Colorado.
Uma das partes mais sangrentas e marcantes das ditaduras latino-americanas foi a conhecida Operação Condor. A operação era, basicamente, um sistema de intercâmbio de informações entre países ditatoriais que tinham o apoio dos EUA (como Brasil, Paraguai e outros); a ideia principal era controlar opositores na região.
Indice
Carmem de Lara: resistência feminina contra Stroessner
Um dos principais nomes da resistência contra a ditadura paraguaia foi Carmem de Lara Castro. Ela foi uma ativista e professora, pioneira na defesa dos direitos humanos e da emancipação feminina no país. Em 1967 ela foi eleita para servir na Assembleia Constituinte, onde teve como objetivo a consolidação dos direitos humanos na constituição paraguaia; ela fundou a primeira comissão para defesa dos direitos humanos no país, além de ter criado a primeira organização para defesa dos direitos humanos independente na América Latina. Um ano antes de sua morte em 1993, ela foi homenageada pelas ONU por suas contribuições aos direitos humanos e à humanidade, mais tarde o governo paraguaio emitiu um selo em seu nome, nos anos 2000.
Agora que já sabemos mais sobre a Ditadura Militar Paraguaia, vamos resolver uma questão?
ENEM 2016 – QUESTÃO 13
A Operação Condor está diretamente vinculada às experiências históricas das ditaduras civil-militares que se disseminaram pelo Cone Sul entre as décadas de 1960 e 1980. Depois do Brasil (e do Paraguai de Stroessner), foi a vez da Argentina (1966), Bolívia (1966 e 1971), Uruguai e Chile (1973) e Argentina (novamente, em 1976). Em todos os casos se instalaram ditaduras civil-militares (em menor ou maior medida) com base na Doutrina de Segurança Nacional e tendo como principais características um anticomunismo militante, a identificação do inimigo interno, a imposição do papel político das Forças Armadas e a definição de fronteiras ideológicas.
PADRÓS, E. S. et al. Ditadura de Segurança Nacional no Rio Grande do Sul (1964-1985). história e memória. Porto Alegre: Corag, 2009 (adaptado).
Levando-se em conta o contexto em que foi criada, a referida operação tinha como objetivo coordenar a
a) modificação de limites territoriais.
b) sobrevivência de oficiais exilados.
c) interferência de potências mundiais.
d) repressão de ativistas oposicionistas.
e) implantação de governos nacionalistas.
ALTERNATIVA CORRETA – D
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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!
A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
https://infoenem.com.br/por-que-porque-porque-e-por-que-aprenda-a-diferenca-entre-cada-um-para-nao-errar-no-enem/
O que é SiSU?
É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
https://infoenem.com.br/como-funciona-o-sisu/