Conheça os Movimentos de Translação e Rotação da Terra

Sabemos que o planeta Terra não se encontra parado no sistema solar, uma vez que gira em torno do sol e do seu próprio eixo. Entretanto, muitas vezes não se sabe o porquê destes movimentos e suas consequências, que afetam o nosso cotidiano. Neste artigo entenderemos um pouco mais sobre estas questões, recorrentes nos principais vestibulares.

Movimento de Rotação

A Terra possui um eixo de rotação inclinado em 23°27’. O movimento realizado em torno deste eixo é chamado rotação. O sentido do movimento é anti-horário e dura 23 horas 56 minutos 4 segundos e 9 centésimos, ou seja, é responsável pela duração de um dia e pela diferença de luminosidade que gera o dia e a noite. Uma região que está direcionada perpendicularmente ao sol, após cerca de 12 horas, ou metade do movimento, estará no lado oposto, onde o sol não incide e, portanto, será noite. Cerca de 12 horas depois, com o fim do movimento, o sol incide perpendicularmente novamente.

Este movimento ocorre com uma velocidade aproximada de 465 m/s ou 1675 km/h. Mas como não percebemos? Quando estamos em um carro em alta velocidade, notamos isso devido às alterações na aceleração e à paisagem estática que vemos passar. Já em um avião, com velocidade constante de, por exemplo 900 km/h, e sem ver uma paisagem próxima, tendo ao lado somente o que está dentro do avião e na mesma velocidade, não percebemos o quão rápido ele está. O mesmo ocorre com a velocidade da Terra, que é constante e tudo que vemos está se movendo em conjunto.

A rotação do planeta não para devido à Primeira Lei de Newton, ou Lei da Inércia, a qual diz que todo corpo permanece parado ou em movimento retilíneo uniforme a não ser que alguma força seja aplicada sobre ele (veja mais sobre as Leis de Newton aqui). Como não há nenhuma força contrária à rotação da Terra, ela continua a girar com velocidade constante.

Se um astronauta, por exemplo, fosse lançado no espaço com uma determinada velocidade sem nenhum equipamento que pudesse gerar força, continuaria para sempre nessa mesma velocidade.

É possível concluir, pelo mesmo raciocínio, que se este movimento cessasse, tudo que há no planeta voaria a uma velocidade de 1.675 km/h, pois continuaria se movendo. Tal situação seria desastrosa, já que a água dos oceanos se espalharia pelo mundo todo, mas além disso, não seria mais possível ter vida no planeta, já que dia e noite seriam gerados pelo movimento de translação, sobre o qual falaremos em seguida, e durariam 6 meses cada, levando a um desequilíbrio nas condições climáticas mundiais, e consequentemente a extinção das espécies animais e vegetais.

Movimento de Translação

O movimento de translação da Terra, por sua vez, é aquele em que o planeta gira em torno do sol, assim como os outros planetas do sistema solar.

O movimento segue sempre uma mesma trajetória, determinada pela órbita, e dura 365 dias, 5 horas, 45 minutos e 46 segundos, ou seja, é responsável pela contagem dos anos. As horas que “sobram” em cada ano (aproximadamente 6), a cada quatro anos são somadas e geram um dia a mais no calendário, 29 de fevereiro, caracterizando o ano bissexto. A velocidade deste movimento é de 107.000 km/h e a distância percorrida é de cerca de 930 milhões de quilômetros. Assim como na rotação, a Lei da Inércia permite que o planeta faça seu movimento de translação com uma velocidade constante.

Este movimento é responsável pelas estações do ano, já que nas diferentes posições na órbita que o planeta se encontra ao longo ao ano, há diferença na incidência dos raios solares, o que leva à divisão em primavera, verão, outono e inverno. Também devido a esta diferença da incidência do sol, as estações nos hemisférios norte e sul são opostas. Quando é inverno no hemisfério norte é verão no sul, quando é primavera no norte é outono no sul e vice-versa.

Solstícios e Equinócios

O início de cada uma das estações é determinado pelos solstícios e equinócios. Quando o sol incide perpendicularmente sobre a linha do Equador, o dia tem exatamente a mesma duração da noite na maior parte do planeta, o que caracteriza um equinócio. Este evento acontece nos dias 21 de março, quando é equinócio de outono no hemisfério sul, o que inclui o Brasil, e 23 de setembro, quando é equinócio de primavera.

No hemisfério norte, em março ocorre o equinócio de primavera e em setembro o de outono. Quando os raios solares incidem perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer ou o Trópico de Capricórnio ocorrem os solstícios.

No hemisfério sul, o solstício de inverno ocorre no dia 21 de junho, quando o sol incide perpendicularmente sobre o Trópico de Câncer. Já o solstício de verão, quando os raios são perpendiculares ao Trópico de Capricórnio, ocorre no dia 21 de dezembro. A partir do raciocínio anterior, no hemisfério norte ocorre o inverso. Na data em que ocorre o solstício de verão, o dia é o mais longo do ano e a noite, a mais curta. Já no solstício de inverno ocorre o contrário, a noite é a mais longa e o dia, o mais curto.

É importante ressaltar que o tempo de rotação e de translação é diferente entre os planetas do sistema solar. Mercúrio, por exemplo, que é o planeta mais próximo do sol, tem anos que duram 58 dias e 16 horas e anos de 87,97 dias. Já em Netuno, o planeta mais distante, os dias duram 16 horas e 7 minutos e os anos 165 anos. A distância do sol é um dos fatores que determinam o tempo que duram estes movimentos, mas outras variáveis como a inclinação do planeta e o tamanho também podem influenciar na duração deste período.

Além destes dois, existem outros movimentos que a Terra realiza, como por exemplo nutação e oscilação de Chandler. Entretanto, eles comumente não são cobrados no Enem e nos grandes vestibulares, portanto não são o foco desta matéria e abordados apenas superficialmente. Outros movimentos importantes para resolver as questões referem-se à Lua, que também faz uma série de movimentos que impactam a Terra, mas isso fica para um próximo artigo.

Fique ligado e até a próxima!

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