Desde o século XIX os Estados Unidos demonstram interesses por Cuba, os quais, mesmo muitas vezes enfeitados com justificativas humanitárias em prol da liberdade e democracia ao povo cubano, sempre representam a mesma máxima: o interesse de exploração norte-americano. Um interesse imperialista sistemático que ao longo do desenvolvimento histórico se espalhou com facilidade às outras partes do globo, uma vez que o país é uma potência mundial que norteia as atividades econômicas internacionais e até nacionais dos países.
Os longos anos de exploração na ilha caribenha foram interrompidos após a Revolução Cubana de 1959 que, ao adotar uma série de medidas de caráter emancipatório e revolucionário, tanto no âmbito político quanto econômico – dentre elas a tomada de controle das corporações dos capitalistas norte-americanas –, fortaleceu a soberania nacional e, consequentemente, diminuiu a intervenção estadunidense. Neste contexto se inicia, em 1961, o rompimento das relações diplomáticas entre os países e, em 1962, oficializa-se o embargo total do comércio na ilha, atravancando as transações comerciais, diplomáticas e aéreas entre Cuba e os outros países aliados aos EUA.
Em 1992, Cuba começou a apresentar resoluções exigindo o fim do bloqueio na Assembleia Geral da ONU, sendo estas anualmente aprovadas – recebendo votos contrários apenas dos EUA, Israel e Palau – mas completamente ignoradas. Especificamente em 2021, na 29º votação da Assembleia Geral da ONU referente ao bloqueio dos EUA, 184 países foram a favor da resolução cubana, apresentando-se contrários apenas EUA e Israel, e com abstenções do Brasil, Colômbia e Ucrânia.
Figura reproduzida do site: https://www.brasildefato.com.br/2021/06/16/acao-de-solidariedade-a-cuba-ja-arrecadou-mais-de-r-200-mil-para-producao-de-vacinas
Indice
Mas quais as reais consequências do bloqueio à ilha?
Primeiro, fala-se em bloqueio e não apenas em “embargo” ou “sanções econômicas” pois o governo norte-americano não impede apenas seus cidadãos e empresas nacionais de negociar com Cuba, mas sim todo o comércio internacional e as empresas estrangeiras, cujos quais podem ser alvo de represálias econômicas e sanções caso não acatem a decisão dos EUA. Em suma, é criada uma situação em que os países precisam escolher entre fazer negócios com os Estados Unidos, uma economia de 20 trilhões de dólares, ou fazer negócios com Cuba, cuja economia é igual a metade de 1% desse valor.
Essa situação arbitrária gera inúmeras consequências à ilha caribenha:
- O impedimento de exportação de produtos aos Estados Unidos e importação dos produtos de lá;
- Não poder receber turismo norte-americano – lembrando que o turismo é uma das principais atividades econômicas do país;
- Não poder utilizar o dólar em suas transações financeiras com o exterior (algo que por si só já se apresenta como uma barreira ao desenvolvimento do país, uma vez que o dólar é a referência monetária mundial) e nem ter aceso aos créditos norte-americanos (também de bancos dos outros países, que podem sofrer duras consequências caso o façam);
- Seus barcos e aeronaves não podem tocar o solo estadunidense;
- Cuba não pode comprar bens que utilizem tecnologia estadunidense ou que detenham, em sua fabricação, mais de 10% de componentes do país. Isso significa uma profunda deficiência de maquinário, equipamentos, peças e outras tecnologias, comprometendo, assim, o desenvolvimento do país, sua produção de alimentos e seu acesso e desenvolvimento a medicamentos e outros itens de saúde, colocando em risco não apenas a economia do país, mas a vida dos cubanos.
A pandemia de Covid-19 causou efeitos drásticos na economia cubana, uma vez que encerrou as atividades turísticas – contribuindo ao déficit de 3.4 bilhões de dólares na receita e ocasionando desabastecimentos de produtos essenciais. Tais efeitos conjunturais, juntamente com os efeitos do bloqueio, levam Cuba a enfrentar dificuldades em assegurar equipamentos (como ventiladores pulmonares mecânicos, máscaras, testes etc), medicamentos, reagentes laboratoriais e seringas (que impedem a realização de uma campanha de imunização de algum dos cinco tipos de vacinas desenvolvidas no país).
Estima-se que o bloqueio gerou um prejuízo acumulado de U$ 147,8 bilhões ao país, o qual, mesmo com tais abusos e injustiças, resiste em seus valores socialistas, apresentando uma educação pública, estatal e gratuita com ensino de qualidade (o país conseguiu praticamente zerar o analfabetismo e, em média os cubanos possuem o dobro dos anos de estudo em comparação aos brasileiros); um sistema de saúde público, gratuito e prioritário, sendo referência internacional; e diversos outros serviços que visam o bem estar da população. A ilha apresenta problemas e contradições, mas eles devem ser considerados em relação a um bloqueio que asfixia a existência e a soberania do país.
Acesse o portal InfoEnem e tenha acesso aos melhores conteúdos e informações sobre o Enem 2021!
Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!
A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
https://infoenem.com.br/por-que-porque-porque-e-por-que-aprenda-a-diferenca-entre-cada-um-para-nao-errar-no-enem/
O que é SiSU?
É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
https://infoenem.com.br/como-funciona-o-sisu/