Descartes no Enem

O filósofo francês René Descartes é considerado o “pai” do racionalismo, enquanto corrente da Filosofia moderna. Por desconfiar da realidade do mundo material ao seu redor e por acreditar que os sentidos podem produzir enganos, ele considerou o pensamento humano como a única fonte do conhecimento. Sua teoria do “Penso, logo existo” é um grande clássico filosófico indispensável para o vestibular.

Na Grécia Antiga, Platão e Aristóteles criaram sistemas filosóficos que foram atualizados, sob influência do cristianismo, na Idade Média, por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Após a revolução científica do Renascimento, que resultou em novas formas de ver e interpretar o mundo, tornou-se possível desenvolver um novo sistema com novas bases. Foi isso que o filósofo francês René Descartes (1596-1650) fez: ele propôs um sistema filosófico, isto é, uma combinação, um conjunto, de elementos e conhecimentos filosóficos que obedecem uma mesma lógica, capaz de responder todas as questões filosóficas.

 O pressuposto inicial de Descartes na busca pelo conhecimento verdadeiro foi denominado princípio da dúvida, o qual defende que, para afirmar que algo seja verdadeiro, é necessário saber se isso irá resistir a qualquer dúvida, mesmo que ela pareça exagerada. Só dessa maneira será possível afirmar a veracidade do conhecimento. Neste sentido, Descartes passa a analisar as fontes já existentes de conhecimento, como as opiniões comuns e a tradição. No caso das opiniões, ocorre a variação de acordo com cada local, logo, elas são alvo de dúvidas. Igualmente, na tradição, é possível encontrar diferentes posições sobre o mesmo ponto, portanto, ela também não é uma fonte segura de conhecimento.

 Além disso, o filósofo francês defende que se deve desconfiar não apenas dos saberes passados, como a tradição, mas também daquilo que é obtido pelos sentidos, pois cada objeto no mundo material se apresenta de múltiplas formas diante dos indivíduos, assim, torna-se perigoso acreditar somente nos sentidos para se chegar a qualquer conclusão acerca da realidade. Para exemplificar a insuficiência dos sentidos para a obtenção do conhecimento, Descartes utilizou um pedaço de cera: quando ele acaba de ser retirado de uma colmeia, é doce, ainda tem o perfume das flores de onde foi colhido, é duro, frio e, quando se bate nele, produz um som específico. Conforme aproxima-se o pedaço de cera ao fogo, seu odor some, sua forma e cor anteriores mudam e ele se transforma em líquido. Esse novo objeto completamente diferente ainda é cera, mas os sentidos a percebem de outra maneira.

 Em suma, deve-se duvidar de toda a ideia que pode ser posta em dúvida, mas a percepção da natureza do objeto, como a natureza da cera que se apresenta de forma tão diversa, é fruto da faculdade do entender que reside dentro de cada indivíduo.

Fonte: https://theelectricagora.com/2015/10/23/this-weeks-special-meditation-one-in-rene-descartes-meditations-on-first-philosophy/

Cogito ergo sum (penso, logo existo)

 É uma famosa expressão de Descartes que demonstra que a capacidade de duvidar, a qual é fruto da razão, seria a única certeza absolutamente incontestável, visto que todos são capazes de duvidar de tudo e todos. É justamente a existência do pensamento, o qual não pode ser separado do indivíduo, que prova que o indivíduo também existe.

Essa formulação, que funda todo o conhecimento verdadeiro, tem origem metafísica (está além da física), pois trata da descoberta da alma por si mesma. Dessa forma, a expressão “eu sou, eu existo”, a partir do momento que foi pronunciada, já é uma verdade incontestável, pois existe um sujeito pensante capaz de dizê-la. Assim, demonstra-se a autonomia do homem enquanto ser racional.

 O pensamento de Descartes retoma a tradição do racionalismo, no qual as origens remontam a Platão e se fundam na ideia de que o saber possui origem na razão, que antecede e explica todo o real. Essa concepção influenciou profundamente o pensamento filosófico ocidental, mas também foi bastante criticada pela escola do empirismo.

 Questão – Enem 2016

Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter aprendido, não ciências, mas histórias.

DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes.1999.

Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como resultado da

a) Investigação de natureza empírica.

b) Retomada da tradição intelectual.

c) Imposição de valores ortodoxos.

d) Autonomia do sujeito pensante.

e) Liberdade do agente moral.

A alternativa correta é a letra D.

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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!

A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
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O que é SiSU?

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