Dica de interpretação de texto para o Enem 2013

Provavelmente você, que irá prestar as provas do Enem 2013 no final deste mês, já deve estar cansado de ouvir que a prova vem recheada de questões basicamente interpretativas. Tais questões podem cobrar a compreensão de textos, imagens, tabelas, gráficos, quadrinhos etc. Nossa dica de hoje é para a mais recorrente das citadas, a interpretação de textos.

A principal capacidade, sem a qual é impossível compreender e resolver uma questão interpretativa, é leitura. Tenha em mente que, uma leitura atenta é o ponto chave para o sucesso neste tipo de questão. Ela permite o entendimento do texto, especialmente do enunciado, o qual fornece as informações necessárias para que você encontre a alternativa correta, ou seja, aquela que soluciona o problema proposto na pergunta.

Traduzindo: as respostas das questões meramente interpretativas do Enem encontram-se, na maioria das vezes, no enunciado! Parece óbvio e fácil demais, não é? Porém não se esqueça que, ao longo de 4 ou 5 horas de prova, seu nível de concentração, atenção e disposição caem, tendo reflexos diretos na sua capacidade de leitura. Esse é, sem dúvidas, um dos principais motivos que nos levam a errar questões ¨fáceis¨ ao longo do exame.

As questões de interpretação de texto no Enem são muito recorrentes na prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Vamos observar abaixo um exemplo de questão interpretativa que caiu no Enem do ano passado, que trata também da norma culta e variação linguística (outro tema constantemente cobrado) e cuja resolução e comentários foram feitos pela professora Margarida Moraes.

 

Questão – Enem 2012

Entrevista com Marcos Bagno

Pode parecer inacreditável, mas muitas das prescrições da pedagogia tradicional da língua até hoje se baseiam nos usos que os escritores portugueses do século XIX faziam da língua. Se tantas pessoas condenam, por exemplo, o uso do verbo “ter” no lugar de “haver”, como em “hoje tem feijoada”, é simplesmente porque os portugueses, em dado momento da história de sua língua, deixaram de fazer esse uso existencial do verbo “ter”. No entanto, temos registros escritos da época medieval em que aparecem centenas desses usos. Se nós, brasileiros, assim como os falantes africanos de português, usamos até hoje o verbo “ter” como existencial é porque recebemos esses usos dos nossos ex-colonizadores. Não faz sentido imaginar que brasileiros, angolanos e moçambicanos decidiram se juntar para “errar” na mesma coisa. E assim acontece com muitas outras coisas: regências verbais, colocação pronominal, concordâncias nominais e verbais etc. Temos uma língua própria, mas ainda somos obrigados a seguir uma gramática normativa de outra língua diferente. Às vésperas de comemorarmos nosso bicentenário de independência, não faz sentido continuar rejeitando o que é nosso para só aceitar o que vem de fora. Não faz sentido rejeitar a língua de 190 milhões de brasileiros para só considerar certo o que é usado por menos de dez milhões de portugueses. Só na cidade de São Paulo temos mais falantes de português do que em toda a Europa!

Informativo Parábola Editorial. s/d.

Na entrevista, o autor defende o uso de formas linguísticas coloquiais e faz uso da norma padrão em toda a extensão do texto. Isso pode ser explicado pelo fato de que ele

a) adapta o nível de linguagem à situação comunicativa, uma vez que o gênero entrevista requer o uso da norma padrão.
b) apresenta argumentos carentes de comprovação científica e, por isso, defende um ponto de vista difícil de ser verificado na materialidade do texto.
c) propõe que o padrão normativo deve ser usado por falantes escolarizados como ele, enquanto a norma coloquial deve ser usada por falantes não escolarizados.
d) acredita que a língua genuinamente brasileira está em construção, o que o obriga a incorporar em seu cotidiano a gramática normativa do português europeu.
e) defende que a quantidade de falantes do português brasileiro ainda é insuficiente para acabar com a hegemonia do antigo colonizador.

 

RESOLUÇÃO E COMENTÁRIOS

Alternativa A

O idioma apresenta diferentes facetas, as variedades ou variantes linguísticas, que estão relacionadas a diversos fatores, como grau de instrução do falante, região geográfica em que é empregado ou ainda à situação de formalidade ou informalidade em que se dá a comunicação. A aparente contradição entre as ideias que o autor defende (de que o uso coloquial como, por exemplo, em ‘hoje tem feijoada’ deve ser aceito e respeitado) e o uso que faz da norma culta se desfaz, pois o autor faz uma adequação à situação de comunicação: uma entrevista requer o uso da norma culta ou norma padrão.

 

Nesta pregunta o item questiona o porque da contradição do autor, que apesar de defender o uso coloquial da nossa língua, escreve o texto seguindo a norma culta.

O caminho para a resposta correta exige os seguintes passos:

1. Leitura atenta e compreensão do texto;
2. Entendimento do problema pedido no enunciado;
3. Leitura das alternativas e identificação daquela que explica/soluciona o que foi questionado pela pergunta.

Este exemplo de questão com resoluções e comentários da professora Margarida foram retiradas das nossas Apostilas para o Enem 2013, que contém mais de 700 questões nestes mesmos moldes. Clique para conhecer mais detalhes, incluindo uma super promoção do nosso material.

Essas foram nossas dicas de hoje. Não esqueça que nada disso adianta se você não praticar e treinar muito! Bons estudos!

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