Ditadura Militar – o golpe e Rose Nogueira

O Brasil, assim como muitos outros países da América Latina, viveu no século XX os conhecidos “Anos de Chumbo”, ditaduras severas que deixaram marcas em todos os países, e muitas mortes. No Brasil, o golpe militar e a ditadura se desenvolveram durante muitos anos, e se manifestaram de maneiras distintas e peculiares entre cada período.

Pensando na complexidade do Regime Militar Brasileiro, iremos destrinchá-lo ao longo de 5 textos nas próximas semanas, abordando tanto um período da ditadura quanto a biografia de uma mulher envolvida na resistência contra o governo da época. 

O golpe de 1964

Apesar de ter se dado em 1964, o golpe começou a ser desenvolvido alguns anos antes, tanto por militares quanto por civis. Com a posse de João Goulart (conhecido também como Jango) em 1961, a indignação de grupos conservadores com o então presidente começou a ganhar forma, afinal de contas Jango era bastante próximo do movimento sindical, e era constantemente chamado de comunista pelas camadas mais conservadoras. Além disso, a linha de política externa seguida por ele também não era bem vista pela opinião pública e por aliados influentes na região, como os EUA – a posição moderadora com Cuba e com os estadunidenses foi um dos fatores mais importantes nesse caso.

Além disso, as Reformas de Base feitas por Jango também foram provocativas aos olhos de alguns setores, e que aumentaram ainda mais a desconfiança dos Estados Unidos. Em virtude de tais fatores, em meados de 1962 os EUA começaram a financiar grupos que tinham como objetivo eleger políticos conservadores no Brasil, que pudessem barrar as propostas de Jango. A imprensa também foi vital para o processo, sempre salientando que o então presidente flertava com o comunismo, e que tal postura precisava ser contida!

A radicalização da esquerda em defender as Reformas de Base juntou-se com a articulação da direita para que os militares tomassem o poder, e logo em seguida sinais claros de que Jango enfraquecia começaram a surgir. Situações como a Revolta dos Sargentos e a proposta de um Estado de Sítio reforçam esse enfraquecimento.

Mesmo nesse cenário, Jango continuou afirmando que iria dar apoio para as Reformas de Base. Essa postura levou a revolta dos conservadores, que logo saíram às ruas na Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Em 31 de março Olympio de Mourão, comandante militar, iniciou uma rebelião em Juiz de Fora, com apoio do governo de Minas Gerais. Jango ficou inerte diante das marchas militares que iam rumo ao poder, e foi perdendo apoio e em seguida foi deposto. Em 2 de abril, um senador da República declarou vaga a presidência – e assim, abriu-se espaço para a tomada de poder dos militares; em 9 de abril, decretou-se o AI-1 e começava a Ditadura Militar no Brasil.

Memórias da Ditadura – Rose Nogueira

Jornalista, foi presa em 4 de abril de 1969 – mesmo dia do assassinato do guerrilheiro Carlos Marighella. No momento da prisão, estava com seu filho que tinha apenas 33 dias de vida, e teve que implorar para que a criança pudesse ser deixada com os seus sogros.

Ativista contra a ditadura da época, Rose foi levada ao Deops (Departamento de Ordem Política e Social), onde dividiu cela com mais 50 mulheres, dentre elas, Dilma Rousseff. Sendo vítima de tortura, ficou presa por nove meses, mas foi julgada e absolvida somente em 1972. Descobriu que, enquanto estava presa, fora demitida de seu emprego do grupo Folha por “abandono de trabalho”.

Desde 2000 integra grupos de memória da Ditadura, que têm como objetivo garantir que tal atrocidade não irá se repetir nunca mais.

“O leite que eu tirava do seio ainda insistia em vazar e minha blusa cheirava a azedo. A febre aparecia todo dia. O leite me fazia pensar que, enquanto estivesse ali, brotando, eu estaria ligada ao meu filho. Dias depois veio o diminutivo do dia me buscar para depoimento. Empurrava-me pela escada, enquanto gritava: “Vai, miss Brasil! Sobe essa escada logo, sobe! Miss Brasil era o nome de uma vaca leiteira que havia sido premiada.” (declaração dada por Rose, sobre os dias de prisão)

Questão do Enem

A moderna democracia brasileira foi construída entre saltos e sobressaltos. Em 1954, a crise culminou no suicídio do presidente Vargas. No ano seguinte, outra crise quase impediu a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitschek. Em 1961, o Brasil quase chegou à guerra civil depois da inesperada renúncia do presidente Jânio Quadros. Três anos mais tarde, um golpe militar depôs o presidente João Goulart, e o país viveu durante vinte anos em regime autoritário.

A partir dessas informações, relativas à história republicana brasileira, assinale a opção correta.

a) Ao término do governo João Goulart, Juscelino Kubitschek foi eleito presidente da República.

b) A renúncia de Jânio Quadros representou a primeira grande crise do regime republicano brasileiro.

c) Após duas décadas de governos militares, Getúlio Vargas foi eleito presidente em eleições diretas.

d) A trágica morte de Vargas determinou o fim da carreira política de João Goulart.

e) No período republicano citado, sucessivamente, um presidente morreu, um teve sua posse contestada, um renunciou e outro foi deposto.

ALTERNATIVA CORRETA – E

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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!

A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
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O que é SiSU?

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