Enem 2011: vazamento atingiu mais estudantes

Passado mais de um mês da realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o polêmico caso do “vazamento de questões” volta à tona. O Ministério da Educação (MEC) já foi informado pela Polícia Federal (PF) que o vazamento de questões do Enem 2011 foi mais extenso do que a pasta admite. Quem afirmou foi o procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho, o mesmo que requereu que as 14 questões vazadas fossem canceladas em todo o Brasil, logo após a divulgação do escândalo.

No mínimo 300 estudantes tiveram acesso às questões do pré-teste do Enem antes da aplicação da prova, segundo o procurador. Os beneficiados são alunos matriculados no cursinho pré-vestibular ligado ao Colégio Christus. “O colégio tem um curso pré-vestibular e o MEC não tem como identificar esses estudantes, que também podem ter tido acesso as questões”, afirmou.

Costa Filho ainda declarou que a PF repassou a informação, há cerca de um mês, ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do MEC responsável pelo Enem. Entretanto o governo ainda não tomou nenhuma atitude em relação ao fato. “O MEC e Inep não estão investigando essa situação. Receberam a informação, não foram transparentes e não tomaram nenhuma providência”, concluiu.

O MEC confirmou envio de correspondência do Inep para a PF, em que questionava se as investigações apontavam o vazamento das questões do pré-teste também para os alunos do pré-vestibular. A partir da resposta da PF, o Inep mantem “o entendimento” de que a anulação das questões continua valendo somente para os alunos do Colégio Christus, informou o ministério.

MEC e Inep sob investigação

O Ministério Público Federal trabalha com a hipótese de que funcionários do próprio Inep teriam deliberadamente colocado no Enem 2011 questões que estavam no pré-teste aplicados no Christus.

De acordo com a procuradora da República Maria Candelária Di Ciero, que encaminhou ofício a PF solicitando que a investigação foque nas duas instituições,  há “veementes indícios de que o vazamento do Enem 2011 não se teria consumado sem a concorrência a informações privilegiadas oriundas de atores e processos sob responsabilidade do Inep/MEC, o que afasta a hipótese de um fenômeno que teve início e fim, exclusivamente,  no âmbito local”.

Questionado, o MEC afirmou que “vê nenhuma ação deliberada no sentido de colocar as questões de forma proposital”.

 

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