Enem 2020: Iminência de Guerra Entre Irã e EUA

No início de fevereiro de 2020 o general iraniano Qasem Soleimani foi assassinado com disparos de um drone das forças armadas norte americanas. Tal fato complica ainda mais as  relações políticas entre Irã e EUA e traz consequências geopolíticas importantes. Vamos conhecer um pouco dessas relações e saber como esse assunto pode ser cobrado na prova do Enem.

O assassinato de Qasem Soleimani aconteceu no momento em que ele saia do aeroporto de Bagdá, capital do Iraque. O general era comandante da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária, sendo a figura militar de maior envergadura no país. Ele atuou em operações militares no Oriente Médio por vinte anos e já esteve sob a mira de ataques norte americanos em governos anteriores. Tais ataques não se concretizaram justamente pela importância política e apoio popular que ele exercia na região.

Nos últimos meses a tensão entre esses países foi acirrada por ataques a instalações de petróleo na Arábia Saudita. Segundo os EUA, estes ataques teriam partido do Irã, que negou qualquer participação no ocorrido. Em dezembro de 2019 houve o assassinato de um civil norte americano e o ataque à embaixada estadunidense, momento em que Donald Trump acusa o Irã de ter orquestrado a invasão. Mesmo após o Irã ter negado sua participação nestes acontecimentos, os EUA “contra atacaram” causando a morte de 25 milicianos iranianos e deixando mais de 50 feridos. Apenas dois dias depois o assassinato de Qasem Soleimani foi realizado.

Reação do Irã  

O assassinato do comandante foi seguido por três dias de luto nacional e foi considerado como um “ato declarado de guerra”. Políticos e militares do Irã declararam “severa vingança aos criminosos”, bem como possíveis ataques no Estreito de Hormuz, local de passagem de uma quantia significativa do petróleo que abastece o mercado mundial.

Postura dos EUA: possível estratégia?

Após o assassinato de Soleimani o Departamento de Estado dos EUA deu alerta de perigo de contra ataque aos cidadãos americanos residentes no Iraque, pedindo para que se retirassem imediatamente do país. 

Donald Trump respondeu às ameaças iranianas afirmando que os EUA já estariam preparados para atacar 52 pontos “importantes para o Irã ou para a cultura iraniana”. E que estes ataques seriam “rápidos e duros” caso bases ou soldados norte americanos fossem alvejados por forças do Irã.

Consequências  

Uma das consequências imediatas foi o aumento do preço do petróleo, porém os efeitos geopolítico na região devem ser muito mais profundos e demorados. Primeiramente desestabiliza as relações com o país vizinho, o Iraque. Além de Soleimani ser uma figura pública neste país, os EUA desrespeitaram a soberania nacional iraquiana ao realizar um assassinato dessa envergadura sem nenhum tipo de conhecimento dos governantes iraquianos.

Além disso, o atual objetivo dos EUA passou a ser a sua defesa nacional, o que levou à retirada das tropas norte americanas da região, que até então, trabalhavam em conjunto com o governo iraquiano no combate ao Estado Islâmico. Esta nova situação é favorável ao recrudescimento das forças do ISIS (Estado Islâmico) na região. Javad Zarif, ministro de Relações Exteriores do Irã, chama atenção para o provável fortalecimento do Estado Islâmico, da Al Qaeda e de outros grupos extremistas a partir deste ataque, que classifica como “extremamente perigosa e burra”.

Jornais e analistas políticos como Michael Johns interpretam que o ataque também como uma estratégia de marketing para as próximas eleições. Segundo ele, existe uma relação direta entre o tema da guerra e a imagem de um estadista forte, implacável, que combate o terrorismo. Os EUA são a nação com a maior força bélica do planeta e parte significativa de sua riqueza provém dessa indústria. Desse modo, a análise de Johns parece acurada, especialmente se considerarmos que a eleição de George H.W. Bush foi definida a partir de sua posição mais agressiva em relação a “guerra contra o terror” e da afirmação da capacidade de defesa nacional. Por outro lado, o Irã é a 13º maior potência bélica do mundo, a frente de Israel e Coreia do Norte. Além disso, apresenta estratégias de guerra que podem levar a um combate lento e caro, desgastando a imagem política de Trump.

Questão de vestibular

Questões de geopolítica, sobretudo as que envolvem o Oriente Médio, geralmente têm repercussão na mídia e atingem de forma direta e indireta uma parte considerável do planeta. Por isso, há uma grande chance desta situação entre EUA e Irã, que apenas se inicia, ser abordado pelo Enem.

ENEM 2016
SATRAPI. M. Persépolis. São Paulo: Cia. das Letras, 2007 (adaptado).

A memória recuperada pela autora apresenta a relação entre

a.conflito trabalhista e engajamento sindical.

b. organização familiar e proteção à infância.

c.centralização econômica e pregação religiosa.

d.estrutura educacional e desigualdade de renda.

e.transformação política e modificação de costumes.

Gabarito: letra E. A revolução islâmica, liderada pelo o aiatolá Khomeini, transformou o Irã em uma república teocrática, avessa aos valores ocidentais. A questão colocada retoma a aversão entre Irã e ocidente, e mostra como o universo político reverbera direta e indiretamente na vida das pessoas.

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