Escola de Frankfurt e a Indústria Cultural

As contradições da modernidade são um constante objeto de críticas para diversas correntes teóricas, dentre elas uma de grande destaque é a Escola de Frankfurt, a qual se inspira na crítica à modernidade de Weber para criticar a racionalidade e, entre tantas outras pautas discutidas, faz apontamentos à arte e a forma como ela e a mídia são manipuladas e, simultaneamente, manipulam os sujeitos.

Ao longo da história, a humanidade desenvolveu diferentes maneiras de se viver de acordo com a tecnologia, os saberes e os costumes presentes em cada época e local. Conforme o desenvolvimento de novos instrumentos e modos de dominar a natureza, fazer comércio, se organizar politicamente e da alteração de outros aspectos estruturantes da sociedade, novos modos de vida surgiram.

 Inúmeras transformações ocorreram para que a experiência de vida de hoje fosse como é, expressivamente diversa daquela de trezentos anos atrás. Essa experiência vigente é chamada de modernidade e possui suas origens no conjunto de mudanças econômicas e sociais que se espalharam pelo mundo, principalmente, a partir da Revolução Francesa (1789) – responsável pela universalização do princípio de igualdade perante a lei – e da disseminação da Revolução Industrial no século XIX – a qual internacionalizou uma economia de mercado, marcada pelos imperativos de venda de mercadorias e acumulação de capital para os proprietários e de venda da força de trabalho e consumo para os não proprietários.

Fonte: https://www.fnucut.org.br/eletrobras-pronta-para-atacar-direitos/1-charge-trabalhista/

Crítica à modernidade

Apesar da existência de teóricos que enaltecem a modernidade e exaltam todo progresso tecnológico, científico e social proporcionado por ela, há diversos outros que apontam as contradições do processo, o qual, ao mesmo tempo que possibilitou novas condições de vida e trouxe evoluções científicas, disseminou a miséria, a devastação da natureza e a poluição do planeta. Essas e diversas outras contradições suscitaram uma nova tradição de crítica à modernidade, que teve como um de seus principais expoentes Max Weber (1864–1920).

As reflexões do pensador alemão partiam do seguinte princípio: viver na modernidade também significa conviver com um enorme conjunto de instituições burocratizadas (desde as empresas até as instituições privadas e estatais), baseadas na racionalidade. A crescente racionalidade, como parte constituinte da experiência da modernidade, está se apresentando como uma nova forma de exploração, ao invés de contribuir para a emancipação dos indivíduos. Essa ideia foi amplamente discutida pelos pensadores da Escola de Frankfurt, como Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973).

A Escola de Frankfurt

Possui suas origens na fundação do Instituto para Pesquisa Social na Alemanha, em 1923. Os trabalhos do Instituto almejavam a elaboração de uma teoria crítica da sociedade, para isso articulavam diferentes áreas de conhecimento, tais como a sociologia, economia, psicanálise e filosofia. Visando a compreensão de temas como o surgimento do capitalismo e as transformações sociais, políticas e econômicas que o sucederam, a escola se baseava tanto no materialismo marxista quanto na psicanálise freudiana e em filósofos representantes da escola alemã, como Nietzsche, Schopenhauer, Kant e Hegel.

A escola foi fundada pelos pensadores Max HorkheimerTheodor Adorno e Friederich Pollock e possuiu como integrantes Herbert Marcuse, Jurgen Habermas e Ernst Bloch.

Adorno: a crítica à modernidade e a indústria cultural

Uma das principais obras de Theodor Adorno, escrita com Max Horkheimer, foi a Dialética do Esclarecimento (1947). Nesse livro, os autores observam a vitória do racionalismo a partir do Iluminismo no século XVIII, o qual, ao mesmo tempo que livrou o mundo da superstição e do dogmatismo religioso, criou um novo tipo de dominação: primeiramente sobre a natureza, como se ela estivesse à disposição para ser explorada pela sede insaciável da indústria; e depois sobre o próprio homem, através da criação de uma sociedade administrada, que subordinou os indivíduos às necessidades técnicas. Neste contexto, a ciência, a serviço das demandas práticas e técnicas, deixou de ser um instrumento de emancipação, tornando um meio de dominação.

Em decorrência da destruição das normas pela ciência, a ética declinou e a vida em sociedade se transformou em uma espécie de competição sem regras, que está atrelada ao consumo de mercadorias que proporcionam o “bem-estar”.

Fonte: https://www.jolrn.com.br/2019/01/24/seculo21-era-mediocridade-cultural/

Além disso, Adorno aponta que os aspectos da cultura e a arte passaram a ser dominados por uma indústria cultural, isto é, uma forma de controle das consciências pelo emprego de meios como o rádio, a imprensa, o cinema e a mídia. Assim, ao invés de servir à emancipação, a arte passa a reforçar o domínio econômico e a sujeição das consciências. Desta forma, nem a arte possui autonomia e nem os indivíduos possuem liberdade de escolha, visto que são induzidos a gostar dos mesmos elementos (cultura de massa), acreditar em determinadas informações e agir de uma forma específica.

Questão – Enem 2016

Hoje, a indústria cultural assumiu a herança civilizatória da democracia de pioneiros e empresários, que tampouco desenvolvera uma fineza de sentido para os desvios espirituais. Todos são livres para dançar e para se divertir, do mesmo modo que, desde a neutralização histórica da religião, são livres para entrar em qualquer uma das inúmeras seitas. Mas a liberdade de escolha da ideologia, que reflete sempre a coerção econômica, revela-se em todos os setores como a liberdade de escolher o que é sempre a mesma coisa.

ADORNO, T HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

A liberdade de escolha na civilização ocidental, de acordo com a análise do texto, é um(a)

A) legado social.

 B) patrimônio político.

C) produto da moralidade.

D) conquista da humanidade.

E) ilusão da contemporaneidade.

A alternativa correta é a letra E.

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