Primeiramente, deve-se lembrar das observações feitas acerca da Escola de Frankfurt no artigo anterior, no qual se expôs sua centralidade nas críticas sobre as contradições da modernidade, à racionalidade e a forma como a mídia e a arte são manipuladas e, simultaneamente, manipulam os sujeitos. Após a recuperação dessas informações, é possível avançar para a chamada “segunda geração” de filósofos que compõem a Escola, dentre os quais deve-se dar ênfase para o alemão Jürgen Habermas (1919- ), responsável por abordar de maneira inovadora a experiência da modernidade.
Fonte: https://www.cnc.pt/jurgen-habermas-una-biografia/
Segundo Habermas, tanto os elogios à modernidade quanto as críticas a ela ocorriam por meio do paradigma da produção, isto é, considerando-se o impacto da organização econômica sobre os indivíduos. Desta forma, a ciência e a técnica estariam a serviço da economia, da mesma maneira que a arte estaria a serviço da produção, sob o aspecto de indústria de entretenimento e de massificação cultural.
Assim, o filósofo estabelece a separação entre o sistema e o mundo da vida. Sendo o sistema o universo do trabalho, da alienação e da dominação, submetidos a uma razão instrumental pautada na finalidade de produzir – ele, assim como Adorno e Horkheimer, pensa que esse tipo de razão ameaça a emancipação humana; e, do outro lado, o mundo da vida, o qual é constituído por um tipo de razão específica, denominada razão comunicativa, em que o diálogo ocorre sem a dominação de um indivíduo sobre o outro e por critérios individuais e racionais. Essa razão é influenciada, porém não controlada pelo sistema, e possui a capacidade de “explodir” os limites da dominação dele. Habermas acreditava que os sujeitos, sendo capazes de falar e agir, poderiam construir relações e, a partir disso, teriam o potencial de encontrar uma abertura para sair da dominação.
Além desse potencial advindo da razão comunicativa, o filósofo identificava que a construção do conhecimento também dependeria da comunicação, sendo assim, ao invés da figura de um filósofo isolado refletindo e alcançando o conhecimento, é necessária a interação entre variados sujeitos através da linguagem – o que resulta na formação de uma comunidade fundada em relações interpessoais – para alcançar esse objetivo.
Fonte: https://brazilianvoice.com/colunistas/dialogos-3.html
No entanto, para que isso ocorra deve existir uma esfera pública livre, que permita a ação comunicativa e a possibilidade de desenvolvimento do seu potencial de emancipação. Neste sentido, Habermas enxergou a democracia como um sistema político adequado para alcançar esse fim, entretanto, não poderia ser representativa, visto que, para ele, ela é apenas formal e baseada em eleições periódicas de representantes e não na participação efetiva dos cidadãos. Assim, ele defende a existência de uma democracia deliberativa, ou seja, baseada na multiplicação dos espaços de debate e na ampla participação dos sujeitos. Nessa democracia, seria possível que todos debatessem para construir as normas éticas e as leis – as quais só seriam válidas e, portanto, colocadas em prática, se fossem criadas a partir do consenso.
De modo geral, deve-se ter em mente que a centralidade ao diálogo e à linguagem nas análises de Habermas compõe a chamada “virada linguística”, no século XX. Ela corresponde a uma corrente filosófica que enfatizou a importância da linguagem para o pensamento, identificando-a não apenas como uma representação das ideias, mas também como uma forma de influenciá-las. Segundo essa corrente, a escolha das palavras pode interferir na forma como se pensa e se age, assim, uma mudança linguística poderia causar resultados significativos na realidade, podendo resultar até em mudanças culturais de hábitos enraizados dos sujeitos.
Indice
Questão – Enem 2014
Uma norma só deve pretender validez quando todos os que possam ser concernidos por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto participantes de um discurso prático, a um acordo quanto à validade dessa norma.
HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989.
Segundo Habermas, a validez de uma norma deve ser estabelecida pelo(a)
a) Liberdade humana, que consagra a vontade.
b) Razão comunicativa, que requer um consenso.
c) Conhecimento filosófico, que expressa a verdade.
d) Técnica científica, que aumenta o poder do homem.
e) Poder político, que se concentra no sistema partidário.
A alternativa correta é a letra B.
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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!
A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
https://infoenem.com.br/por-que-porque-porque-e-por-que-aprenda-a-diferenca-entre-cada-um-para-nao-errar-no-enem/
O que é SiSU?
É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
https://infoenem.com.br/como-funciona-o-sisu/