Escolas cobram mais dados do Enem para avaliação

Segundo matéria publicada no jornal impresso O Estado de São Paulo, diretores de escolas reclamam que deixaram de receber os boletins que mostravam o desempenho pelas competências avaliadas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Tais boletins consistiam nas principais ferramentas que possibilitavam a utilização dos resultados do exame como parâmetro para melhoraria e aperfeiçoamento de seus cursos.

Até 2009, ano em que o Enem sofreu grandes alterações no seu modelo de prova e passou a substituir a maioria dos vestibulares das universidades públicas, as escolas podiam receber um documento que trazia o desempenho dos alunos nas cinco competências da prova objetiva e nas variáveis que compõem a avaliação da redação.

Após estas alterações na estrutura do exame, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do Ministério da Educação (MEC) e responsável pela organização do Enem, abandonou os boletins.  Com isso o exame deixa muito a desejar no que diz respeito a uma de suas principais funções, avaliar o último ciclo da educação básica.

Atualmente o Inep divulga apenas a média das escolas nas notas das provas objetivas, que são calculadas levando-se em conta a correção pela Teoria de Resposta ao Item (TRI), juntamente com a nota da redação, que varia de zero a mil pontos. São destes dados que são formados os polêmicos rankings de escolas, tão criticado por especialistas e diretores.

Na reportagem, o diretor de um Colégio particular da grande São Paulo declara que o antigo boletim oferecia inúmeras possibilidades de uso pedagógico, que detectavam falhas e norteavam possíveis mudanças na maneira com que as escolas abordavam determinados conteúdos. “Podíamos levantar mais hipóteses, ver que em uma determinada habilidade os alunos foram melhores que em outras, que precisamos trabalhar melhor o texto argumentativo, a análise de interpretação de gráficos. Coisas que apenas uma média da escola não proporciona”, explicou o diretor.

A notícia ainda esclarece que o Inep está buscando, para este ano, criar um novo critério de interpretação da escala de proficiência (que reflete as competências) do Enem, de forma a auxiliar as escolas em seus processos de análise e avaliação dos resultados.

 

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