Introdução à Divisão Internacional do Trabalho

A Divisão Internacional do Trabalho é um processo de diferenciação do espaço geográfico no âmbito global com base nas distintas atividades econômicas existentes em cada localidade. Como cada território possui um processo de desenvolvimento distinto, as hierarquias serão um elemento marcante dessa divisão e, para compreendê-las é necessário saber a relação entre economia e geografia, áreas que se determinam mutuamente.

A Geografia Econômica é uma área central da Geografia para compreensão do mundo e de suas transformações, pois é responsável por estudar as relações e as distribuições da atividade econômica no espaço geográfico – o qual pode ser entendido como o conjunto solidário e contraditório de sistemas de objetos e sistemas de ações, isto é, uma totalidade oriunda da constante síntese entre materialidades e ações que ocorrem de maneira sistêmica. Como apontou o geógrafo brasileiro, Milton Santos:

“O espaço geográfico é a acumulação desigual de tempos.”

Isto porque as materialidades e ações do passado convivem e somam com as materialidades e ações presentes. Sendo assim, a Geografia Econômica estuda essa “acumulação desigual de tempos” no espaço à luz das atividades econômicas.

Mas por que, ao se pensar em economia, deve-se pensar em espaço geográfico?

Além do fato de que a vida humana não acontece em um vácuo, ou seja, está sempre compreendida dentro de determinado espaço e tempo; e de que para entender (ou ao menos tentar entender) o mundo é necessário considerá-lo como uma totalidade, sendo esta indissociável de suas partes formadoras, como espaço geográfico, economia, política, formação histórica etc.

Outro ponto central, que torna necessário pensar nessa relação entre atividade econômica e espaço geográfico, é o próprio caráter mundial do sistema capitalista, o qual precisa se expandir, tanto para conseguir alimentar e aumentar sua produção, uma vez que precisa de matérias-primas e insumos de outros países; quanto para aumentar seu mercado consumidor e poder expandir seus lucros em escala global, não apenas local; e também para possibilitar a hegemonia das classes dominantes para além de suas fronteiras. De modo geral, o capitalismo precisa se expandir para poder assegurar a existência de relações assimétricas de poder, as quais são responsáveis pela capacidade de apropriação da mais valia e da constante exploração da classe proletária ou, nesse caso, de países subdesenvolvidos e periféricos.

Introdução à DIT (Divisão Internacional do Trabalho)

A DIT relaciona-se, justamente, a esse ponto de assimetria de poder e exploração, pois o longo processo histórico de desenvolvimento de cada país ocorreu de maneira desigual, sendo originado pela divisão de alguns países como metrópoles e outros como colônias – majoritariamente, marcadas pela exploração de seus recursos naturais e da força de trabalho de seu povo – o que culmina em uma herança histórica de desigualdade no desenvolvimento que irá perdurar até os dias de hoje e será a responsável por uma Divisão Internacional do Trabalho pautada na exploração dos países subdesenvolvidos pelos desenvolvidos.

Figura reproduzida do site: https://centrodemidias.am.gov.br/storage/lessons_content/19F9GEO017P2.pdf

Desta forma, pode-se definir a DIT como um conceito utilizado para referenciar a maneira pela qual ocorre a diferenciação do espaço geográfico no âmbito global com base nas distintas atividades econômicas existentes em cada localidade, as quais se diferenciam mediante uma especialização produtiva decorrente de fatores naturais, históricos, sociais, econômicos e políticos. Como cada território possui um processo de desenvolvimento distinto, as hierarquias serão um elemento marcante dessa divisão.

Com base na DIT, cada país desempenha determinada função com o intuito de se integrar a esse sistema econômico global e, assim, se torna, em menor ou maior grau, dependente economicamente dessa rede global.

Questão

(ENEM 2020) A Divisão Internacional do Trabalho significa que alguns países se especializam em ganhar e outros, em perder. Nossa comarca no mundo, que hoje chamamos América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se aventuraram pelos mares e lhe cravaram os dentes na garganta. Passaram-se os séculos e a América Latina aprimorou suas funções.

GALEANO. E As velas abertas da América Latina São Paulo Paz e Terra. 1978

Escrito na década de 1970, o texto considera a participação da América Latina na Divisão Internacional do Trabalho marcada pela

a) Produção inovadora de padrões de tecnologia.

b) Superação paulatina do caráter agroexportador.

c) Apropriação imperialista dos recursos territoriais.

d) Valorização econômica dos saberes tradicionais.

e) Dependência externa do suprimento de alimentos.

A alternativa correta é a letra C.

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