Após o Ministério Publico Federal requisitar o cancelamento da redação do Exame Nacional do Ensino Médio e a modificação das etapas do programa Sisu (Sistema de Seleção Unificada), a Justiça Federal de Piauí negou o requerimento, na última sexta-feira (23).
O que motivou o procurador da república, Kelston Lages, a mover a ação foi a confirmação da polícia federal de que realmente houve o vazamentos do tema da redação através de mensagens de aplicativo de celular para alguns candidatos do PI, minutos antes do segundo dia de provas do Enem.
Responsável pela decisão, a Juíza Marina Rocha Cavalcanti Barros Mendes, da 5ª Vara Federal do Piauí, afirmou que, mesmo confirmado o vazamento, este não afetou o desempenho geral dos outros participantes, o que consequentemente não feriu a isonomia do Enem. Entre outras palavras, para a magistrada o vazamento do tema da redação foi pontual e não atingiu a igualdade de disputa:
O suposto vazamento, pelo que se pode extrair das investigações, não foi fruto de um esquema pré-organizado para beneficiar certos candidatos. Tratou-se, sim, de um vazamento desorganizado, fortuito, pontual e aleatório.
O procurador da república não ficou satisfeito com a decisão da justiça e disse que irá recorrer. De acordo com ele, o Ministério Público Federal (MPF) entende sim que a isonomia entre os candidatos foi afetada e que uma nova aplicação da prova de redação se faz necessária.
Ao que tudo indica, a redação do Enem 2014 não será anulada. Até o momento a Polícia Federal não revelou nenhum outro indício de que o vazamento tenha tomado dimensões maiores. Além disso, as inscrições para programas do governo que utilizam as notas do Enem (Sisu e Prouni), já foram encerradas.
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