Lembretes de pontuação para o Enem

Com o Enem se aproximando, muitos alunos intensificam sua preparação, para chegarem afiados ao exame. E, entre os itens dessa preparação final, certamente está a produção de textos. Vamos fazer então uma listinha de recomendações no que diz respeito à pontuação nos textos. “Bora lá!”

Com o desenvolvimento da escrita – as línguas surgem na sua versão falada num primeiro momento, nas sociedades, e depois, pela necessidade de manutenção de informações por mais tempo que o tempo da memória, as civilizações foram desenvolvendo a versão escrita – surgiu também a necessidade de reproduzir as nuances de ritmo, pausas e entonações característicos da língua falada e que também são importantes para o estabelecimento do sentido das mensagens. Assim, os sinais de pontuação foram surgindo, para organizar rítmica e sintaticamente os textos, para manter a coesão e a coerência.

Há um grupo de sinais que são empregados para indicar o fim de um enunciado e outro grupo que serve para organização interna da frase, mas não a encerra.

Começaremos pelo primeiro grupo, fazem parte dele os seguintes sinais:

  • Ponto ( . )
    Além de indicar o final de uma frase declarativa, quando o chamamos de ponto final, ele também é usado nas abreviaturas:
    – Já li todos os livros das listas.
    – Av. (Avenida), V. Ex.ª (Vossa Excelência), Dr. (doutor), p.e. (por exemplo)
  • Reticências ( … )
    Empregadas em algumas situações diferentes, depois delas continua-se às vezes com letra minúscula (quando só indica hesitação) ou com maiúscula (quando marca uma interrupção). Vejamos os casos:
    a) Indicar hesitação:
    Sabe… fiquei pensando numa solução… mas não a encontro.
    b) Marcar a interrupção de uma frase, incompleta sintaticamente:
    O culpado é… (e caiu morto, antes de conseguir esclarecer o mistério).
    c) Indicar que uma enumeração não está completa:
    Devemos levar para o churrasco pão, refrigerante, carne, carvão…
    d) Indicar a supressão de palavras em uma transcrição, e nesse caso aparece entre parênteses:
    “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
            I –  homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
            II –  ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
            III –  ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; (…)” (Constituição Federal)
  • Ponto de Exclamação ( ! )
    Empregamos esse sinal quando queremos reproduzir a entoação de uma emoção, como surpresa ou uma exaltação, por exemplo. Por esse motivo, não é aconselhável que se empregue no texto dissertativo, uma vez que ele deve ser escrito em linguagem impessoal e objetiva, sem marcar emocionais, nem subjetividade. O ponto de exclamação pode aparecer:
    a) Após vocativo:
    – Bom dia, queridos alunos!
    b) Final de frases imperativas:
    – Sente-se!
    c) Após interjeição:
    – Ufa! Que susto!
    d) Após palavras ou frases de caráter emotivo:
    – Você foi aprovado!
  • Ponto de Interrogação ( ? )
    Empregado em interrogações diretas, às vezes aparece com o ponto de exclamação para enfatizar o enunciado:
    – Quais provas você vai fazer?
    – Você resolveu aquela questão dificílima?!
    Nas interrogações indiretas ele não é empregado. Essas frases têm o tom de pergunta dado pelos verbos escolhidos, que deixam implícita a necessidade de resposta, mas essas frases são encerradas com ponto final:
    Eu queria saber quem terminou o resumo de história. (se um colega disser isso, certamente alguém sentirá ímpeto de responder, porque há um questionamento implícito na frase.)

Em tempo: o ponto e vírgula (do qual falaremos nos próximos artigos) não encerra frases!

É isso por enquanto!

Até a próxima semana!

 


Margarida Moraes é formada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP), instituição na qual também concluiu seu mestrado. Com mais de 20 anos de experiência e responsável pela resolução das Apostila de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias do infoEnem, a professora também é colunista de gramática do nosso Portal e umas das corretoras do curso de redação online (clique aqui para saber mais). Seus artigos são publicados semanalmente, sempre aos domingos. Não perca!

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