A instabilidade presente no Oriente Médio é um fato amplamente conhecido e alvo de muitas especulações. Recentemente, o assunto voltou a ser discutido, pois, em maio de 2021, ocorreram novos bombardeios em Israel, cujos quais foram decorrentes tanto da operação israelense de despejo de famílias palestinas em Jerusalém Oriental, quanto das incitações violentas dos colonos sionistas, que atacaram a esplanada das mesquitas em Jerusalém, local sagrado aos muçulmanos. Tais ações foram respondidas por palestinos de Gaza que, em solidariedade ao ocorrido, exigiam a retirada dos israelenses da esplanada e o fim dessa política de expulsão. Estima-se que 230 palestinos foram mortos, incluindo crianças e mulheres, e mais de 1.700 foram feridos; e ocorreram 12 mortes de israelenses, com 336 feridos.
Figura reproduzida do site: https://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2021/05/palestina-vitima-brutalidade-israel/
Muitos jornalistas tratam o conflito como uma guerra religiosa ou como uma guerra entre terroristas e um Estado legítimo, porém tais afirmações desconsideram a complexidade histórica e política dessa questão.
Primeiro, deve-se entender que esse não é um conflito de cunho religioso, pois antes do Estado de Israel (essa própria denominação é complicada, uma vez que Israel é, na verdade, o território palestino ocupado) existir – tendo ele apenas 73 anos – palestinos, judeus e muçulmanos coexistiam de maneira pacífica no território, o problema foi que de 1897 a 1947 surgiu um movimento colonialista na Europa – denominado sionismo, caracterizado pelo nacionalismo judaico, conservador e antidemocrático – que iniciou e alicerçou a dominação dos israelenses, sendo esta especializada na “terra prometida”. Portanto, a tensão existente ali não é derivada de um problema dos palestinos com os judeus, pois judeus sempre existiram ali, mas sim com os sionistas. Logo, é uma luta por território e de resistência ao colonialismo israelense, não por religião.
Segundo, o que acontece na Palestina não pode ser denominado como guerra ou terrorismo palestino, pois o que os palestinos fazem é resistir, por meio de um movimento de organização nacional, – sendo este permitido pela própria Organização das Nações Unidas, que reconhece como legítima a organização de qualquer nação invadida ou agredida para resistir por sua independência e libertação – diante de um Estado colonialista israelense.
Indice
Retomada histórica do conflito
A consolidação do projeto sionista ocorre no começo do século XX, após a dissolução do Império Otomano (1517-1914) e da ocupação britânica das terras Palestinas, como parte de um acordo entre Grã-Bretanha e França para dividir o Oriente Médio com base em interesses imperiais.
A colonização inglesa se comprometeu em promover a imigração judaica e a ocupação da região por meio da Declaração de Balfour, em 1917. A partir de 1919 a imigração sionista se intensificou, fazendo o número de judeus aumentar de 3% para 30% em poucos anos.
Em 1944, grupos sionistas declararam guerra à Grã-Bretanha, devido às tentativas de limitação à imigração judaica à Palestina em um período no qual os judeus estavam fugindo do Holocausto. Assim, em 1947, o governo inglês entregou a questão às Nações Unidas, a qual recomendou a divisão da Palestina em dois estados: um judeu e um árabe. A divisão foi injusta, uma vez que os israelenses constituíam um terço da população e ficariam com a maior porção de terra, a qual privaria os palestinos de terras agrícolas e portos marítimos importantes; o que fez com que os palestinos a rejeitassem. Tal cenário culminou em inúmeros conflitos entre Israel e Palestina, sendo muitos deles marcados por massacres cometidos pelos israelenses.
Figura reproduzida do site: https://boicotisrael.net/elai/pt/
Assim, é criado o Estado de Israel, marcado por um processo violento que envolveu a expulsão forçada de milhares de palestinos de suas terras. Consolidando, então, a expansão colonial em terras Palestinas, com o apoio de outros países, em especial os Estados Unidos.
Exposto isso, fica claro o caráter colonizador e autoritário do Estado de Israel, o qual não reconhece a soberania Palestina e realiza ações militares em toda região, com o intuito de manter sua dominação. Além disso, o poder sobre o território faz com que Israel crie um Estado de Apartheid no local, expulsando os palestinos de suas terras e privando-os de serviço básicos, como água e eletricidade.
Questão
(Enem 2007) Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes.
A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglofranceses e israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a Península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel.
Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro.
A partir do texto acima, assinale a opção correta.
a) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradicionais potências européias no Oriente Médio.
b) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória.
c) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir de decisão da ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel.
d) A ação dos governos de Washington e de Moscou foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabeisraelense.
e) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela ONU.
A alternativa correta é a letra B.
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