Platão (aprox. 428-347 a.C.) é um dos filósofos gregos de maior relevância na atualidade. Nascido em Atenas e oriundo de uma família nobre, o filósofo dedicou sua vida às mais diversas áreas do conhecimento, tais como a política, arte, medicina, esportes e religião. No início, seus escritos foram uma resposta à injusta condenação de Sócrates, mas a influência do mestre ao seu discípulo não se limitou a esse impulso inicial, pois Platão eternizou o conhecimento de seu tutor em escritos, mais especificamente no método filosófico dos diálogos, nos quais Sócrates era o personagem principal.
Ao utilizar esse método Platão não está apenas expressando suas ideias e as ideias de Sócrates, ele está retomando o método socrático de obtenção da “verdade”, no qual utiliza-se a dialética, isto é, a troca de ideias e do debate pautados na maiêutica e na ironia socrática. No entanto, ressalta-se que esse debate não é uma mera exposição de opiniões, pois ele deve estar fundamentado naquilo que de fato existe ou existiu, ou seja, na verdade.
Fonte: : http://www.usp.br/aun/antigo/exibir?id=6496&ed=1145&f=3
Indice
Platão e o mundo das ideias
As formas platônicas são uma expansão das formas socráticas e são caracterizadas pelo fato de não se aplicarem apenas aos conceitos abstratos, como bom e mau, justo e injusto, mas também à realidade concreta, como os seres e os objetos.
Por exemplo, pensa-se em uma árvore. Apesar de existirem árvores da mesma espécie e do mesmo tamanho, sempre haverá alguma diferença. Nenhuma árvore é exatamente igual. No entanto, há algo em toda árvore que permite identificá-la como tal. Trata-se da forma da árvore.
Portanto, existe uma diferença entre os objetos e seres materiais, os quais mudam e se transformam (como a árvore que cresce, perde as folhas e morre), e as formas, que são eternas e imutáveis (mesmo que a árvore mude ou morra, a ideia do que é uma árvore permanece intacta na mente dos indivíduos). Assim, as coisas materiais só podem ser percebidas pelos homens através dos órgãos dos sentidos (visão, audição, olfato, etc.), enquanto as formas só podem ser entendidas pelo pensamento (ou pela alma). Em outras palavras, existe o mundo concreto, percebido pelos sentidos, o qual denomina-se mundo sensível, com todas suas imperfeições; e existe o mundo das ideias, o que contém as formas perfeitas e imutáveis. A tarefa do filósofo é reconhecer esse mundo, visto que ele é superior ao mundo sensível.
Além disso, o ser humano carrega essa dualidade em si próprio, pois, ao mesmo tempo que possui o corpo (que se transforma e morre), ele também possui a alma (considerada imortal e o local onde residem os pensamentos), e como ela é eterna, pertence ao mundo das ideias. Justamente por possuir essa alma, cada homem já nasce com uma noção das formas, para Platão, isso é a reminiscência que são as lembranças das formas perfeitas com as quais a alma humana estava em contato antes de se unir ao corpo. Com isso, conclui-se que as ideias são inatas, ou seja, já se nasce com elas e, assim, os que amam o conhecimento (os filósofos) aproximam-se delas, aprimorando o conhecimento que já possuem.
Quando Platão se refere a Eros, o amor ao conhecimento e o desejo de se aproximar do imortal, ele se refere ao desejo da alma de alcançar o mundo das ideias (sua morada original), pois ela almeja se libertar da prisão imperfeita que é o corpo.
A alegoria da caverna
Em sua obra República, Platão escreve sobre a alegoria da caverna, uma metáfora famosa para compreender a dualidade entre o mundo sensível e o mundo das ideias. Para isso, ele descreve o seguinte: no fundo de uma caverna há vários prisioneiros acorrentados, imobilizados com as cabeças presas em direção a uma parede. Em suas costas estão figuras, espécies de marionetes, que possuem suas sombras projetadas na direção da parede. Os prisioneiros só veem as sombras e acreditam que elas são os seres verdadeiros.
Em determinado momento um dos prisioneiros consegue se libertar e descobre as marionetes que eram manipuladas e que por consequência projetavam as sombras que ele e os demais estavam vendo. Em seguida, ele caminha para fora da caverna e começa a ver as coisas e os seres verdadeiros. Depois de todo encanto com o mundo real, ele decide voltar a caverna para libertar os outros prisioneiros, conta-lhes que o que eles estão vendo são apenas sombras, formas imperfeitas do mundo real, mas os prisioneiros não conseguem aceitar a ideia de que exista algo além das sombras, e assim, decidem continuar presos.
Com essa alegoria, Platão descreve como se origina o conhecimento, ou seja, a forma como o filósofo deixa para trás o mundo sensível, composto pelas coisas visíveis, materiais e imperfeitas, e chega até o mundo das ideias, onde reside o verdadeiro conhecimento.
Questão – Enem 2012
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão.
A alternativa correta é a letra D.
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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!
A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
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O que é SiSU?
É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
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