Após o acidente com a usina nuclear de Fukushima (Japão), em 2011, houve, nos meios de comunicação de todo o mundo, grande debate sobre a necessidade e o perigo da produção de energia nuclear. Passado este período de discussão midiática, algumas dúvidas podem restar para aqueles que irão prestar o vestibular, principalmente o Enem, tão marcado por sua interdisciplinaridade.
Apesar de ser muito comum de se ouvir, a afirmação de que a energia nuclear não emite CO2 para a atmosfera é incorreta: a operação de uma central nuclear realmente não provoca emissões do gás carbônico, mas ele é emitido em todas as etapas do ciclo produtivo do combustível nuclear, pois há grande uso de derivados do petróleo durante a extração e transporte do minério. Além disso, devemos considerar o CO2 liberado durante a construção e montagem das usinas nucleares.
Outro ponto importante a ser esclarecido versa sobre a ocorrência de acidentes graves. A probabilidade de falhas no sistema primário, onde ocorre a fissão nuclear, é da ordem de milionésimos, pois os reatores nucleares ficam localizados em um vazo de pressão, isolado do ambiente externo por duas estruturas que o envolvem, denominadas envoltórios. O primeiro deles é constituído de aço, enquanto o segundo é feito de concreto armado, sendo estes separados por uma camada de ar à pressão menor do que atmosférica, de modo que, em caso de problemas de rompimento do primeiro envoltório, as partículas e gases liberados sejam absorvidos antes de atingir o meio externo. Apesar de ser mínima a probabilidade de acidentes graves, quando estes ocorrem é possível notar o tamanho de suas dimensões: além do efeito imediato de destruição e perda material, há consequência em longo prazo por conta da exposição a radiações ionizantes, como alterações cromossômicas e lesões cancerígenas nos seres vivos atingidos.
Em se tratando dos rejeitos nucleares produzidos, vale ressaltar que ainda não há um destino seguro e sustentável para eles, pois, mesmo após 30 anos, os resíduos do processo de fissão nuclear ainda emitem cerca de 6% da radiação inicial e têm 0,2% de sua potência térmica. De acordo com regras internacionais, estes rejeitos são classificados quanto ao nível de atividade nuclear, podendo ser de baixo, médio ou alto nível, havendo um protocolo específico para armazenamento e transporte de cada um deles.
Em breve, trataremos dessa temática na prática, trazendo uma questão resolvida e comentada sobre o assunto, retirada das nossas Apostilas Preparatórias para o Enem. Não perca!