Na série que se inicia hoje, provavelmente haverá questionamentos sobre a utilidade de observarmos tais temas, já que as propostas dos anos anteriores do Enem são passado e não poderiam colaborar para o desempenho numa prova futura. Mas será que não poderiam mesmo? Acompanhem comigo a lista de razões que passaram pela minha cabeça ao decidir iniciar essa série de artigos:
- Conhecendo bem os temas anteriores e suas possibilidades, dá para eliminar qualquer assunto próximo como chance de temas futuros, já que até hoje não vimos repetições, nem mesmo de temas parecidos, o que diminui o espectro de coisas sobre as quais dedicar um pouco mais de tempo ao manter-se informado;
- É possível usar os temas anteriores das propostas de redação do Enem como treino e conseguir uma ideia ainda mais aproximada do que seria ideal, já que há modelos já corrigidos, as redações nota mil;
- Por fim, e talvez a mais importante das razões, ao desenvolvermos juntos um raciocínio do que poderia ser tratado em determinado tema, é possível “acostumarmos” com tal raciocínio e facilitar (e muito) o trabalho em produções futuras!
Todos os temas serão trabalhados nas próximas semanas, incluindo os do Enem PPL (para pessoas com privação de liberdade), já que o tema nesse último tipo de prova poderia ser facilmente consultado e, portanto, muito provavelmente é desconsiderado para elaborações futuras, mesmo para o Enem regular. Temos conversa para as próximas vinte semanas, no mínimo! A não ser que algum tema “urgente” surja próximo à realização da prova ou haja alguma sugestão muito pedida. Nesse caso, podemos dar uma pausa em nossos treinos diferenciados e tratar do tópico “urgente”!
Proposta de redação do Enem 1998
O primeiro Enem ocorreu em 1998 e já tinha proposta de redação. No entanto, como os critérios e a correção foram mudando ao longo dos anos (lembram-se de como desrespeitar os direitos humanos zerava o texto todo há pouco tempo atrás e na última correção zerava apenas a competência que trata da proposta de intervenção?), tanto nesse como em todos os próximos temas consideraremos as informações públicas (edital, Cartilha do Participante, proposta etc.) mais atuais que temos em relação à correção da redação, documentos esses todos já tratados com detalhes aqui na coluna! Isso garantirá que as duas últimas razões que mencionei ali em cima não sejam completadas de forma defasada. Estabelecido isso, vamos relembrar a proposta de 1998? Muitos de vocês não tinham nem nascido!
O primeiro detalhe que podemos notar é que no título não se menciona o país (Brasil), o que tem ocorrido com frequência nos temas mais atuais. Um item a menos a ser mencionado na redação, já que o tema busca menções a viver e aprender, apenas. O texto motivador (saudades do Enem que não vivemos que só tinha um deles), quando lido com atenção, menciona “ser um eterno aprendiz” e não se refere a conteúdos acadêmicos ou escolas, mas sim à vida. É possível dizer, portanto, que o “aprender” esperado pela proposta de redação desse ano é o que ocorre através das experiências de vida do indivíduo muito mais do que através da absorção de conteúdos acadêmicos, apesar de também ser possível adquirir experiência de vida na escola, afinal, é um de nossos maiores locais de convivência e contato social.
Os conteúdos externos, sempre exigidos na proposta, como forma de embasamento da argumentação e de demonstração de conhecimento adquirido, podem ser bastante simples de se pensar nesse caso específico. Como trata-se de uma menção a experiências de vida, falar de alguém mais velho com uma experiência de vida interessante pode ser uma boa saída. Pode até mesmo ser algo pelo qual vocês mesmos passaram e que os fez mudar de perspectiva ou teve um grande impacto. Mencionar pessoas famosas e/ou figuras e eventos históricos importantes que remetam a experiências de vida impactantes também é mais do que válido.
Por fim, a proposta de intervenção pode não ser muito óbvia aqui, já que o tema não remete a um problema em si, visto que viver e aprender é sempre bom. No entanto, há sempre a possibilidade de melhoria. No caso da vida no Brasil, mais ainda, podemos concordar, não é mesmo? Sendo assim, tratar das dificuldades da vida cotidiana no país, sugerir ações que a tornem menos burocrática e ineficiente tanto para o governo como para os civis e relacionar essa otimização a uma melhor experiência de vida no geral para todos os brasileiros pode ser uma boa ideia para concluir o texto com a(s) proposta(s) de intervenção.
O que acharam da nossa nova série? Pretendem usá-la para estudar? Já produziram algum texto com temas anteriores da proposta de redação do Enem? Tentarei manter as dicas o mais abertas possível e evitarei sempre colocar moldes ou locais específicos do texto onde inserir cada um dos itens dos quais trataremos, já que o objetivo aqui é desenvolver o raciocínio livre em cada um de vocês e acostumá-los a ele, ao invés de oferecer fórmulas prontas de redação (eca!).
Contem para nós todas as experiências com esse tema e não se esqueçam de deixar sugestões nos comentários! Até semana que vem! =D
*Vanessa Christine Ramos Reck é graduada em Letras na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e fluente em mais três idiomas: Inglês, Espanhol e Francês. Além disso, é corretora do Curso Online do infoEnem.
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Fazer e refazer redações antigas do Enem está entre os principais exercícios para você, vestibulando, tirar Nota 1000.
1 comment
Show, estou aderindo nesse ano de estudo!