Em meados do último mês de março a Fundação Abrinq publicou os resultados da pesquisa “Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil – 2017” que abrangeu vários aspectos da vida das crianças e dos adolescentes brasileiros, mais precisamente daqueles que têm de 0 a 18 anos, como por exemplo, taxa de mortalidade, nutrição, escolarização, gravidez na adolescência, trabalho infantil, aprendizagem profissional, alfabetização, cultura e lazer, educação dos indígenas, educação de jovens e adultos (EJA), educação infantil, ensino fundamental e médio, moradia, medidas socioeducativas, garantia de direitos, população, registro civil, violência etc.
Justamente por apresentar dados tão abrangentes que resolvemos divulgar esta pesquisa na coluna de redação do infoEnem, já que estes resultados podem servir como conteúdos de estudo e de pesquisa sobre os temas listados acima que, por sua vez, podem ser abordados de diversas formas na proposta de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
A busca por informações recentes e atualizadas acerca de um determinado assunto por meio de pesquisas documentadas e amplamente divulgadas é uma maneira muito produtiva de estudar e que gera informação e conhecimento atualizado e de qualidade, ainda mais quando se trata de temas tão importantes para o contexto social do nosso país: a realidade das crianças e dos adolescentes brasileiros.
Aliás, o cenário da infância e da juventude no Brasil chega a ser cruel em determinados aspectos. No nosso país há 17,3 milhões de crianças de 0 a 14 anos, o equivalente a 40,2% da população brasileira nesta faixa etária, vivendo em domicílios com baixa renda, dados também corroborados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2015. Já os que vivem na extrema pobreza são 5,8 milhões de crianças nesta mesma faixa de idade, representando 13,5% desta parcela da população.
Um outro tema abordado pela pesquisa é o trabalho infantil. No nosso país há 2,6 milhões de crianças de 5 a 17 anos trabalhando ilegalmente, já que a legislação brasileira proíbe o trabalho infantil. Estes jovens estão principalmente nas regiões sudeste e nordeste.
Pensando nas possíveis abordagens da proposta de redação do ENEM e nas possíveis ações solucionadoras, ao analisar os dados publicados, devemos pensar no que é preciso e no que é possível ser feito para mudarmos situações tão assustadoras como as exemplificadas acima, já que muitos direitos estão sendo arrancados destas crianças e destes adolescentes que deveriam estar frequentando a escola, tendo acesso à cultura e ao lazer, se alimentando adequadamente, tendo acesso ao sistema de saúde, vivendo em um ambiente familiar sem violência etc.
Além disso, como a pesquisa divulga seus resultados no formato de gráficos, também é uma excelente oportunidade para se estudar leitura e interpretação deste gênero tão presente em coletâneas de textos motivadores das propostas de redação do ENEM. Professores de Português, Matemática e Geografia podem inclusive, por exemplo, se unir em um projeto que trabalhe todas as frentes possíveis destes dados, organizando, deste modo, um processo multidisciplinar.
Por hoje é só, pessoal! Não se esqueçam de responder a nossa pesquisa sobre o perfil do leitor do infoEnem preenchendo este formulário.
Desde já, agradecemos aos inúmeros leitores que já responderam e que nos ajudaram; muito obrigada!
Até a próxima semana!
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*CAMILA DALLA POZZA PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi corretora de redação em importantes universidades públicas. Além disso, também participou de avaliações e produções de vários materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC).
**Camila é colunista semanal sobre redação do nosso portal. Seus textos são publicados todas as quintas!