Proposta Redação – Jeitinho Brasileiro: Pequenas Corrupções

Corrupção é um assunto bastante em alta nesse começo de 2015 e o infoEnem está acompanhando trazendo algumas indicações de leitura sobre isso. Você pode ler as recomendações no especial Protestos Políticos e no mais recente artigo com dicas de leitura.

Mas a corrupção não é apenas recorrente na política e em grandes empresas. O que acontece a níveis organizacionais se mostra como um reflexo de “pequenas” ações corruptas praticadas cotidianamente pelos cidadãos.

Tanto é comum, que essas ações já receberam, culturalmente, um apelido: jeitinho brasileiro. Esse termo também é conhecido como Lei de Gérson: querer obter vantagem em toda e qualquer situação sem se preocupar com questões éticas e/ou morais. É o que o filósofo Kant chamaria de agir segundo os afetos e não segundo a razão pura.

Esse estereótipo de malandro já foi usado em diversas obras brasileiras. O primeiro retrato foi o caso da personagem Leonardo do livro Memórias de um Sargento de Milícias de Manuel Antônio de Almeida. A história é narrada no Rio de Janeiro no século XIX, o que nos mostra que esse costume não é algo recente.

Agora que você já leu e refletiu sobre o assunto, aproveite para realizar uma dissertação-argumentativa seguindo as instruções da proposta abaixo. O tema da redação é: Jeitinho brasileiro: conscientização sobre pequenas corrupções.

Proposta de Redação

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua Portuguesa sobre o tema: “Jeitinho Brasileiro: Conscientização Sobre Pequenas Corrupções“. Apresente uma proposta de intervenção e/ou conscientização social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defender o seu ponto de vista.

TEXTO 1

corrupções

Extraído de https://www.facebook.com/cguonline em 19/02/2014.

TEXTO 2

Quase um em cada quatro brasileiros (23%) afirma que dar dinheiro a um guarda para evitar uma multa não chega a ser um ato corrupto, de acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais e o Instituto Vox Populi. Os números refletem o quanto atitudes ilícitas, como essa, de tão enraizados em parte da sociedade brasileira, acabam sendo encarados como parte do cotidiano.

“Muitas pessoas não enxergam o desvio privado como corrupção, só levam em conta a corrupção no ambiente público”, diz o promotor de Justiça Jairo Cruz Moreira. Ele é coordenador nacional da campanha do Ministério Público “O que você tem a ver com a corrupção”, que pretende mostrar como atitudes que muitos consideram normal são, na verdade, um desvirtuamento ético (…).

Aceitar essas pequenas corrupções legitima aceitar grandes corrupções”, afirma o promotor. “Seguindo esse raciocínio, seria algo como um menino que hoje não vê problema em colar na prova ser mais propenso a, mais pra frente, subornar um guarda sem achar que isso é corrupção.”

Segundo a pesquisa da UFMG, 35% dos entrevistados dizem que algumas coisas podem ser um pouco erradas, mas não corruptas, como sonegar impostos quando a taxa é cara demais.

Otimismo: Mas a sondagem também mostra dados positivos, como o fato de 84% dos ouvidos afirmar que, em qualquer situação, existe sempre a chance de a pessoa ser honesta.

A psicóloga Lizete Verillo, diretora da ONG Amarribo (representante no Brasil da Transparência Internacional), afirma que em 12 anos trabalhando com ações anti-corrupção ela nunca esteve tão otimista – e justamente por causa dos jovens. “Quando começamos, havia um distanciamento do jovem em relação à política”, diz Lizete. “Aliás, havia pouco engajamento em relação a tudo, queriam saber mais é de festas. A corrupção não dizia respeito a eles.” “Há dois anos, venho percebendo uma
grande mudança entre os jovens. Estão mais envolvidos, cobrando mais, em diversas áreas, não só da política.”

Para Lizete, esse cenário animador foi criado por diversos fatores, especialmente pela explosão das redes sociais, que são extremamente populares entre os jovens e uma ótima maneira de promover a fiscalização e a mobilização.

Mas se a internet está ajudando os jovens, na opinião da psicóloga, as escolas estão deixando a desejar na hora de incentivar o engajamento e conscientizá-los sobre a corrupção. “Em geral, a escola é muito omissa. Estão apenas começando nesse assunto, com iniciativas isoladas. O que é uma pena, porque agora, com o mensalão, temos um enorme passo para a conscientização, mas que pouco avança se a educação não seguir junto”, diz a diretora. “É preciso ensinar esses jovens a ter ética, transparência e também a exercer cidadania.”

Adaptado de http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/11/121024_corrupcao_lista_mdb.shtml em
19/02/2014.

TEXTO 3

A campanha (O que você tem a ver com a corrupção?) se justifica pela necessidade de se educar a
sociedade por meio do estímulo à ética, à moralidade e à honestidade, construindo um processo cultural de formação de consciência e de responsabilidade dos cidadãos a partir de três tipos de responsabilidades (…): 1) a responsabilidade para com os próprios atos, ou responsabilidade individual; 2) a responsabilidade para com os atos de terceiros, ou responsabilidade social ou coletiva e; 3) a responsabilidade para com as gerações futuras a partir de um agir consciente. Dessa forma, pretende-se contribuir com a prevenção da ocorrência de novos atos de corrupção e com a consequente diminuição dos processos judiciais e extrajudiciais, por meio da educação das gerações futuras, estimulando, ainda, o encaminhamento de denúncias populares e a efetiva punição de corruptos e corruptores. Além disso, é dever institucional do Ministério Público combater a corrupção, repressiva e preventivamente, estimulando, inclusive, o desempenho das atribuições e das atividades extrajudiciais.

Objetivos: Reduzir a impunidade nacional, ou seja, cobrar a efetiva punição dos corruptos e dos corruptores, abrindo um canal real para oferecimento e encaminhamento de denúncias; educar e estimular as gerações novas através da construção, em longo prazo, de um Brasil mais justo e mais sério, destacando o papel fundamental de nossas próprias condutas diárias; aproveitar momentos do cotidiano infanto-juvenil (família, escola e comunidade) para propiciar a vivência de atividades que os levem a conhecer esses princípios, estimulando-os a praticá-los no seu ambiente de convívio social; divulgar a idéia em locais e acontecimentos informais (sociais, esportivos, campanhas e eventos), possibilitando o alcance da campanha a um público maior.

Extraído de http://www.oquevocetemavercomacorrupcao.com/ em 19/02/2014.

A proposta acima foi retirada do Programa de Correção de Redação Enem 2015 do infoEnem. Para ter sua redação corrigida em até 7 dias por um dos nossos professores especialistas em produção textual, clique aqui e comece agora o Treinamento!

Lembre-se que a prática é fundamental para a preparação para redação do Enem! Bons estudos e até a próxima!

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19 comments
  1. Jeitinho brasileiro e não deixar esses corruptos ter prisão domiciliar ,fazer cumprir a lei pra todos não só pra quem trabalha e sim pra esse tipo de gente que rouba e sabe que nada acontece,porque sabe a lei e muito ruim no brasil.

  2. Francamente, o nosso país está muito mal adiministrado nossos governantes só pensam no bolso deles, e o resto pra eles não tem importância nenhuma.

    1. > Poisé, você compra CD/DVD, ou baixa de graça pela internet? Fura sinal vermelho? para em fila dupla? anda com velocidade acima da média?. eu particularmente, as vezes, faço tudo isso,

  3. Olá, professora Camila. Você poderia corrigir minha redação?

    O “jeitinho brasileiro” em discussão no Brasil

    Em ”O que é o Brasil?”, ensaio escrito em 2006, o antropólogo Roberto da Matta discorre sobre a identidade do país considerando os aspectos mais populares e, claro, um tema recorrentemente debatido não ficou de fora: o famoso “jeitinho brasileiro’’. Embora a expressão esteja também relacionada à capacidade de o povo tupiniquim se adaptar às situações mais inesperadas, é o aspecto negativo que se sobressai, uma vez que muitos buscam obter vantagens pessoais transgredindo regras.

    A violação das convenções sociais, além de configurar um desvio de conduta, está na contramão dos ideais igualitários desejados por todos. Em um momento em que casos de corrupção envolvendo o governo ganham espaços na mídia, faz-se necessária uma análise das condutas diárias dos cidadãos brasileiros. Para contribuir com essa reflexão, o Conselho Nacional de Justiça lançou, no ano de 2013, uma campanha com o intuito de estimular o cidadão a adotar posturas mais éticas em situações cotidianas, nas quais comportamentos desonestos passam muitas vezes despercebidos. Ao trazer à tona ações tidas como irregulares, o CNJ lançou um convite à honestidade, valor este que nos dias de hoje encontra-se cada vez mais escasso.

    Mudar esse quadro é importante também para desconstruir o rótulo de malandro que acompanha o brasileiro e que é tão prejudicial à imagem do país no exterior. Aqui mesmo, inclusive, esse estereótipo foi usado em diversas obras brasileiras, como em Macunaíma, “o herói sem caráter”, de Mário de Andrade, e Memórias de um Sargento de Milícia, de Manual Antônio de Almeida, na qual o personagem Leonardo apresenta um caráter duvidoso. Essa representação ultrapassou as fronteiras e chegou aos estúdios da Disney, com a criação do famoso Zé Carioca. Dessa forma, a famosa “esperteza” do povo brasileiro passou a ser uma das características mais divulgadas internacionalmente, contribuindo, assim, para perpetuar uma imagem pejorativa, que precisa ser apagada.

    Fica claro, portanto, que a cultura negativa do “jeitinho brasileiro’’ deve ser combatida. Para tanto, é primordial que haja, por parte do governo, maior rigor e punição àqueles que praticam atos ilícitos; cabe ao indivíduo lutar por uma sociedade que privilegie a todos, sem nenhuma transgressão; à família propagar entre seus membros valores como o respeito e a honestidade e à mídia promover discussões que levem à reflexão de que uma sociedade justa somente será possível por meio de comportamentos éticos. É preciso, cada vez mais, evitar que a Lei de Gérson, que prega que “o importante é levar vantagem em tudo’’, se torne prática corriqueira.

      1. > A ética e o respeito serve pra isso também!! Professora Camila, super exemplo você em, por isso q o país está desse jeito!! Parabéns

        1. Nossa que falta de respeito e vergonha que vc está fazendo a sua própria pessoa Prof Camila!… >

    1. > mds, faz uma redação sobre jeitinho brasileiro e pega redação de outra pessoa e diz ser seu. KKKKK BRASILL

  4. falar de corrupção nunca teve tão fácil, como nos dias atual praticamente não -se falam de outro assunto.
    A não ser dos rombos nos cofre públicos é fralde de empresas estatais contra outras. virou um ninho de
    de cobras grandes misturadas com as pequenas. As grandes em engolindo as pequenas, e vai. É preciso que para com essa coisa de criar leis só para defender apenas o interesse dos próprio corrupto. e ai; onde esta o restante da nação, enquanto eles vão brigando um com outro para defender e usando próprio dinheiro que roubou dos cofre públicos. isso é uma vergonha, sem tamanho.
    restante da nação, enquanto eles vão brigando um com outro para defender e usando próprio dinheiro que roubou para á outro isso é uma vergonha, sem tamanho

    1. são muita as coisas que leva a pessoas a corrupções hoje em dia começa principalmente na escola ou dentro da sua própria casa ate mesmo deste o primeiro emprego. mas a sempre um jeitinho brasileiro de escode a corrupção um delas e a mentira fala que de um amigos o seu bens que foram a de querido com um pequena corrupção de centavos ou ate milhões real. esse e meu ponto de vista toda corrupção da mentira. fale a verdade que você nunca vai ser corrupto

  5. gostei muito dos textos; nunca tinha ouvido falado mais quando começei ler entendi tudo do assunto

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