Redação no Enem: Por Que Tem Limite de Linhas?

Na última quinta-feira, dia 09/06/2016, trabalhei com os meus alunos discurso direito e discurso indireto utilizando uma questão da segunda fase do vestibular nacional da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas) de 2015 e uma aluna, que escreve demais e precisa aprender a ser mais concisa, me perguntou por que os vestibulares estabelecem limites de linha em suas provas.

Achei a pergunta curiosa, mas ela tem razão de ser. Todos os vestibulares, inclusive o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), em sua prova de redação, estabelecem um limite de linhas para o candidato escrever sua dissertação-argumentativa – 30 linhas e não 35 como escrevi no último texto; me desculpem pelo erro de digitação – , assim como os demais exames que, em suas questões dissertativas abertas estabelecem um limite de linhas, além de um espaço o qual o candidato não pode ultrapassar.

Escrever textos e respostas concisas e objetivas é uma competência escrita, até porque estamos falando de dois gêneros escolares: a redação e respostas. Mesmo a prova da UNICAMP que exige a produção de dois gêneros surpresa mantém um limite menor do que 30 linhas e as propostas de redação pedem textos que se encaixam neste número limitador; seria uma enorme irresponsabilidade pedir algo que não cabe no limite de linhas proposto.

Correção Redação

Nós, ao longo de nossa formação educacional, devemos aprender a escrever de maneira objetiva e concisa a fim de não sermos prolixos, isto é, não devemos escrever demais e sim devemos sintetizar nossos pensamentos. Para tanto, desde cedo é importante trabalhar a noção de espaço em aulas de redação e gêneros como resumo e síntese não só em Português, mas em outras disciplinas.

Além deste ponto, devemos pensar que a logística de produção, de avaliação e de correção de um exame como o ENEM suporta até um determinado limite, por isso a delimitação de número de linhas na prova de redação. É totalmente inviável corrigir mais de 8 milhões de redações que não tenham limite de linhas, pensando no número de inscritos no último ENEM, no ano de 2015.

O mesmo vale para as questão dissertativas abertas, como as das segundas fases da UNICAMP e da FUVEST (Fundação para o Vestibular da Universidade de São Paulo); ambas as provas delimitam, inclusive, o espaço e o candidato que o ultrapassar não terá esta parte considerada no momento da correção. O mesmo ocorre em provas de redação; não adianta fazer setas ou escrever do lado ou atrás da folha; os corretores recebem orientações de não considerarem essas partes externas na correção.

Ao fazer redações em casa, delimite seu espaço e a quantidade de linhas a fim de começar a se acostumar com o espaço disponível e, se for o caso, a fim de adequar sua escrita a ele em termos de letra, abordagem, espaçamento etc.

Até a próxima semana!

 
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*CAMILA DALLA POZZA PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi corretora de redação em importantes universidades públicas. Além disso, também participou de avaliações e produções de vários materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC).

 
**Camila é colunista semanal sobre redação do nosso portal. Seus textos são publicados todas as quintas!

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2 comments
  1. O problema é se o candidato tem uma letra pequena, escreve, escreve, escreve e nunca chega as trinta linhas, se o cara tem uma letra grande, fala meia duzia de coisas e não tem mais espaço, pessoas como eu que tem a letra minúscula precisam equilibrar o tamanho da letra no dia da redação, senão dança.

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