Regência Verbal no Enem

Regência Verbal

Aprender os conceitos gramaticais é essencial para se expressar na fala e sobretudo na escrita da variedade padrão da língua. As regras gramaticais garantem que uma mensagem seja devidamente compreendida, evitando problemas como ambiguidade. É importante ter atenção e empenho para dominar a gramática normativa, uma vez que ela poderá ajudar em duas frentes da prova do Enem: a de Linguagens e a de Redação.

Um dos conceitos gramaticais que mais causa dúvidas nos estudantes é a regência, esse ponto trata da relação de interdependência e complementação que se estabelece entre um termo principal (termo regente) e um termo que lhe serve de complemento (termo regido), é conhecido na gramática como Regência Verbal e Regência Nominal.

O conceito de regência pode parecer complicado, mas quando se compreende a forma como ele se estrutura, não será muito difícil aprender e usá-lo na escrita dos seus textos. Esse artigo vai se debruçar no princípio da Regência Verbal, explicando o uso dos verbos que podem causar confusão e levar ao erro na hora da prova do Enem.

A língua portuguesa conta com mais de 10 mil verbos, mas apenas um pequeno grupo pode confundir os estudantes e geralmente são os mais cobrados em provas por causa das diferenças que eles apresentam entre a linguagem padrão e a variedade coloquial da língua (ou informal).  No  Enem, a exigência é para o uso padrão, veja como esses verbos devem ser usados:

Visar: trata-se de um verbo que possui diferentes sentidos e por isso tem sua regência alterada de acordo com cada uma delas. Veja:

Visar – pretender, ter como meta, objetivar – É usado com um objeto indireto e portanto precisa de preposição.

Exemplo: Os empresários visaram ao sucesso financeiro do empreendimento.

Visar – mirar, dirigir – Nesse caso o verbo pede apenas objeto direto e não é usado com preposição.

Exemplo: O atirador de flechas visou o centro do alvo.

Preferir: Esse é um dos verbos que apresenta maior diferença entre a variedade padrão e a variedade coloquial, por isso é importante estar atento. Sua regência é acompanhada da preposição “a”. 

Exemplos: Preferimos cinema ao teatro. 

Antônio prefere os estudos à ignorância.

Obedecer: Na linguagem coloquial são usados geralmente sem preposição, porém a norma padrão exige que esse verbo seja acompanhado pro um objeto indireto (com preposição).

Exemplo: Os participantes devem obedecer ao regulamento estabelecido.

Agradar/Desagradar: No sentido de “satisfazer” e desagradar significando “descontentar”, precisa de  um objeto indireto (aquele que necessita de uma preposição).

Exemplos: A apresentação agradou ao público consumidor.

A reunião dessa tarde desagradará aos principais participantes.

Assistir: Possui dois significados e a depender de cada um deles terá sua regência alterada.

Assistir – no sentido de ajudar, auxiliar ou dar assistência, necessita de um objeto direto e por isso não é usado com preposição.

Exemplo: A escola assistiu os alunos que estavam com dúvidas.

Assistir – no sentido de ver, atuar como expectador ou presenciar, necessita de preposição.

Exemplo: A turma toda foi assistir ao filme do Pelé.

Ir/Chegar: São verbos intransitivos (que não precisam de complemento, pois seu significado é suficiente para compreendê-los), no entanto são acompanhados por um adjunto adverbial de lugar.

Exemplos: Vamos ao show no final do ano.

Quando chegaremos a uma cidade tranquila?

Pagar/perdoar: São dois verbos que compartilham da mesma regência, deste modo, a partir de um objeto indireto têm seus sentidos complementados. 

Exemplos: É preciso pagar aos trabalhadores.

Embora magoado, ele decidiu perdoar ao pai.

Entender a diferença dos verbos desse grupo vai garantir que seu desempenho no exame do Enem seja muito mais satisfatório e que você tenha notas muito mais elevadas.  Os demais verbos não costumam causar tantas dúvidas, mas caso você queira, pode consultar a regência de qualquer verbo em um dicionário de regência ou em dicionário comum.

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