Em artigo recente, revisamos um importante assunto da disciplina de Biologia que faz parte do conteúdo programático do Enem: os fitormônios ou hormônios vegetais e como estas substâncias atuam nas plantas (leia na íntegra). Mas como os hormônios agem nos humanos? Como e onde são produzidos? Quais são os principais e onde eles atuam? Esse será o objeto de estudo desta matéria.
Antes de mais nada é importante ressaltar os impactos positivos e negativos que a fabricação e aplicação artificial de tais hormônios refletem nos seres humanos e nos ecossistemas em geral, uma vez que tais processos têm ocorrido com frequência cada vez maior devido às inovações tecnológicas relacionadas ao corpo humano.
Os hormônios são substâncias químicas que têm a função de regular a atividade das células do nosso organismo. Podem ser produzidos nas diferentes partes do corpo humano que constituem o sistema endócrino. Um exemplo é a hipófise, localizada no encéfalo e chamada também de glândula mestre, pois controla o funcionamento de outras glândulas; glândulas sexuais; tireoide e paratireoide; pâncreas e glândulas suprarrenais. Também é importante compreender que cada hormônio possui células-alvo, as únicas nas quais ele atua.
Dentre os principais, podemos citar hormônio do crescimento, chamado GH, folículo estimulante, ou FSH, luteinizante, ou LH, estrógeno, progesterona, prolactina, testosterona, insulina, glucagon, adrenalina, noradrenalina, melatonina, dopamina, serotonina, tiroxina e antidiurético. Vamos entender um pouco sobre cada um deles.
Indice
GH – Hormônio do Crescimento
O hormônio do crescimento (GH) é produzido pela hipófise e, como o próprio nome sugere, é responsável por regular o crescimento do corpo. Quando há uma deficiência na produção desta substância, a pessoa não apresenta um crescimento normal, podendo ocorrer o nanismo quando em falta ou, quando se encontra em excesso, há um crescimento além do comum de algumas partes do corpo, como pés, mãos, orelhas e nariz.
Após publicação de diversos estudos científicos relacionados à este hormônio, notou-se que bactérias também podem produzi-lo, o que levou a usos na medicina, seja em crianças que apresentam deficiência em sua produção e que podem não apresentar nanismo no caso da aplicação de GH no organismo, ou de adultos que também possuem deficiência na produção do hormônio e passam por problemas como por exemplo aumento da quantidade de gordura no corpo e diminuição da massa magra. Entretanto, muitas vezes o GH é utilizado em excesso, especialmente por quem quer adquirir mais músculos com menor esforço, o que pode levar a uma acromegalia, ou seja, crescimento excessivo de diferentes partes do corpo, além da possibilidade de desenvolver doenças.
FSH – Hormônio Folículo Estimulante e LH – Luteinizante
Já o hormônio folículo estimulante (FSH) age nos ovários e testículos, estimulando os processos de ovulogênese, ou seja, produção de gametas femininos, e espermatogênese, produção de gametas masculinos. O luteinizante (LH) estimula a ovulação nas mulheres e a secreção de testosterona nos homens. Ambos também são produzidos na hipófise.
Estrógeno e Progesterona – Hormônios Sexuais Femininos
O estrógeno, ou estrogênio, e a progesterona são hormônios sexuais femininos produzidos nos ovários. O primeiro é responsável pela formação de características sexuais secundárias, como crescimento das mamas, dos quadris e dos pelos pubianos, bem como pela diferença no tom de voz.
Além disso, ele é responsável pela formação do endométrio durante o ciclo menstrual, o qual se desprende quando nenhum espermatozoide fecunda um óvulo e ocorre a menstruação, ou não se desprende e é o local onde ocorre a nidação, quando o óvulo é fecundado. A progesterona também atua na formação do endométrio, sendo responsável por seu desprendimento. Já a prolactina, produzida na hipófise, atua na produção de leite.
Testosterona – Hormônio Sexual Masculino
A testosterona, produzida nos testículos, é um hormônio sexual masculino, responsável pela formação de características sexuais secundárias, pela produção de espermatozoides e pelos genitais externos.
Insulina e Glucagon
A insulina é o hormônio que estimula a captação de glicose pelas células, diminuindo sua concentração na corrente sanguínea. Já o glucagon estimula a liberação da glicose no sangue, aumentando sua concentração. O termo glicemia, que refere-se justamente a concentração de glicose na corrente sanguínea, está fortemente relacionado a estes dois hormônios.
Adrenalina e Noradrenalina
A adrenalina e a noradrenalina são produzidas na medula adrenal e secretadas pelas suprarrenais. Atuam no estímulo do sistema nervoso simpático, principalmente em caso de medo, estresse ou fortes emoções.
Enquanto a adrenalina prepara o corpo para possíveis ações de defesa nas circunstâncias que geraram medo ou estresse, a noradrenalina mantém a pressão sanguínea constante.
Melatonina
A melatonina atua na regulação do nosso metabolismo durante o dia e a noite. Este hormônio é responsável pela regulação do sono e, em alguns laboratórios é fabricado artificialmente e vendido para pessoas que sofrem de insônia ou outros problemas relacionados ao sono, lembrada que a venda de tais produtos não é permitida no Brasil.
Dopamina
A dopamina é o hormônio responsável pela sensação de bem-estar e é liberada depois da prática de esportes e atividades físicas ou da prática sexual, por exemplo. Fazer exercícios proporciona maior disposição devido à liberação deste hormônio no corpo, que quando encontra-se em níveis baixos, causa a sensação de “menos energia” para realizar as tarefas do dia a dia.
Serotonina
A serotonina atua de diversas formas no organismo. Ela é responsável por regular o humor, o sono e o apetite. Níveis de serotonina abaixo do normal podem gerar problemas como ansiedade, depressão e enxaqueca, além de quadros relacionados a falta de sono e de apetite. Os alimentos ricos em triptofano e a prática de atividades físicas aumentam a concentração deste hormônio no organismo, justificando a importância de comer alimentos como carne, peixe, leite e ovo por exemplo.
T4 – Tiroxina e T3 – Tri-iodotironina
A tiroxina, também conhecida como T4, e a tri-iodotironina, conhecida como T3, são produzidas pela tireoide e atuam em diferentes partes do corpo, como cérebro, coração, intestino, músculos e ossos, regulando o metabolismo, e tanto a falta quanto o excesso geram problemas ao organismo. Quando o hormônio encontra-se em quantidade menor que a normal ocorre o hipotireoidismo e, em quantidade maior, ocorre o hipertireoidismo.
ADH – Hormônio Antidiurético
O hormônio antidiurético, também chamado ADH ou vasopressina, age nos rins e regula a retenção de água no corpo, proporcionando um equilíbrio osmótico e regulando a pressão arterial.
É possível observar, portanto, que os hormônios atuam de diferentes maneiras do nosso corpo e estimulam as células a desempenhar distintas funções. É fundamental entender como cada um deles age e as diferenças entre eles.
Há como associá-los aos hormônios vegetais, que estudamos no artigo anterior, e entender as semelhanças entre as plantas e os animais em relação a estes estímulos. Nos dois casos, alguns hormônios podem ser produzidos natural ou artificialmente e estes últimos podem ser vantajosos ou desvantajosos. Os hormônios humanos podem ser produzidos artificialmente e utilizados no controle de doenças ou distúrbios do corpo, entretanto, também podem ser utilizados em excesso, seja aumentando a massa muscular, perdendo peso ou perdendo gordura. Portanto, é preciso entender como eles funcionam e utilizar da forma correta, de modo a não causar danos ao organismo.