Em 1955 os Estados Unidos já haviam abolido a escravidão em seu território, isso por conta dos resultados da Guerra de Secessão. Apesar disso, a segregação racial no país ainda foi uma realidade, que tinha escopo da legislação, até 1964, com a aprovação da Lei dos Direitos Civis. Mas mesmo após isso, os EUA são um dos países mais racistas do globo, e essa situação já foi retratada em diversas obras da sétima arte, como a série Olhos que Condenam e o filme Histórias Cruzadas. Muitas pessoas viveram a realidade do ápice da segregação racial no país, quando nem ao menos a lei dava amparo à população negra, e uma dessas pessoas foi Rosa Parks.
Indice
A mulher
Rosa nasceu em 1913, no estado do Alabama, e passou sua infância em uma fazenda; apesar de estudiosa, logo Rosa precisou abandonar os estudos, bem como muitas crianças negras e pobres da época, para ajudar a família financeiramente. Ela começou a trabalhar como costureira e depois se mudou para a cidade de Montgomery, ainda dentro do estado. Alguns anos depois, Rosa casou-se com o militante da Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor, Raymond Parks, e também se juntou a causa. O que ela e seu marido não sabiam, porém, era que o rosto de Rosa logo se tornaria o principal símbolo da resistência anti-racista ao redor dos EUA.
Em uma fatídica noite de dezembro de 1955, a jovem Rosa voltava do trabalho a bordo de um ônibus. É importante citar que os ônibus que circulavam, na época, possuíam assentos reservados para pessoas brancas; isso significava que, se uma pessoa negra estava sentada em um desses bancos e uma pessoa branca embarcasse, a pessoa negra deveria se levantar para que a branca se sentasse. O motorista branco que pilotava o ônibus em que Rosa estava, ordenou que ela e outras pessoas negras se levantassem para as brancas que tinham acabado de embarcar se sentassem em seus lugares. Rosa, porém, negou-se e permaneceu em seu banco. Por esse protesto pacífico e silencioso, ela foi detida e presa.
A ativista
A resistência de Parks rodou o estado e o país rapidamente. Logo, o Conselho Político Feminino se envolveu na situação e promoveu uma onda de boicotes aos ônibus de Montgomery. O pastor símbolo da luta pelos direitos civis Martin Luther King Junior, foi uma das figuras que aderiu ao movimento e defendeu publicamente Rosa, por diversas vezes. As pessoas negras começaram a parar de andar nos ônibus, e as empresas que proviam o transporte público tiveram muitos prejuízos financeiros. Em 1956, uma lei que abolia o tipo de discriminação nos ônibus, que já foi explicada anteriormente nesse texto, foi aprovada e chegou a Montgomery.
Rosa, foi a faísca necessária para acender o barril de pólvora da resistência negra ativa contra a discriminação racial nos EUA. Depois dos ocorridos em sua cidade, o país inteiro se solidarizou com sua imagem, bem como com a de Martin Luther King Junior; esses rostos, juntamente com outros influentes, como Malcolm X, tornaram-se os grandes símbolos da luta por direitos civis dali em diante.
Rosa foi uma mulher forte, que não teve medo de se impor perante ao racismo da sociedade. As mulheres negras até os dias de hoje, precisam carregar o fardo da resistência anti-machista e anti-racista, não apenas para ocuparem determinados cargos acadêmicos ou profissionais, mas para sobreviver.
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Questão 50 (ENEM 2018)
Esse ônibus relaciona-se ao ato praticado, em 1955, por Rosa Parks, apresentada em fotografia ao lado de Martin Luther King. O veículo alcançou o estatuto de obra museológica por simbolizar o(a)
a) impacto do medo da corrida armamentista.
b) democratização do acesso à escola pública.
c) preconceito de gênero no transporte coletivo.
d) deflagração do movimento por igualdade civil.
e) eclosão da rebeldia no comportamento juvenil.
Alternativa correta: D
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