“Sérgio”: o novo filme da Netflix e como ele se relaciona com a Guerra ao Terror/Guerra do Iraque.

Filme Sérgio
Filme Sérgio Netflix 2020

O novo filme de Wagner Moura, em parceria com a Netflix, intitulado “Sérgio” promete ser um sucesso biográfico sobre o diplomata brasileiro da ONU, Sergio Vieira de Mello. O longa aborda temáticas modernas da politica internacional, como as Missões de Paz da ONU e conflitos no Camboja e no Timor-Leste. Mas um dos pontos mais importantes do filme, é justamente o conflito da Guerra do Iraque, que já foi pauta direta e indireta do ENEM

A vida de Sérgio de Mello

A obra acompanha o capítulo final da trajetória de um dos maiores símbolos da diplomacia brasileira: Sérgio Vieira de Mello. Apesar de romantizado, o longa traça uma linha histórica bastante importante para entender a atuação do diplomata ao longo do tempo – e também para exemplificar o funcionamento de uma Missão de Paz. Sérgio iniciou os trabalhos na ONU em 1969, e logo se tornou um dos diplomatas de maior prestígio da instituição, servindo Missões de Paz e demais projetos com a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados). Sua última missão foi em um Iraque ocupado pelos Estados Unidos, em virtude de, dentre outras coisas, o ataque terrorista do 11 de setembro de 2001. Essa missão (e não vamos entender essa informação como um spoiler, pois se trata de uma biografia) lhe custou a vida. Mas afinal de contas, por que essa missão existiu?

Tensões entre EUA e Iraque

Em 1950, ascendeu na região que conhecemos como Oriente Médio, o Nacionalismo Árabe. Esse fenômeno promoveu a queda de diversos governos tradicionais, e em 1968 houve a ascensão do conhecido Saddam Hussein – um líder populista que focava mais no desenvolvimento doméstico do Iraque do que no desenvolvimento regional, perfil que causou um afastamento de potências globais. Na década de 1960, o Iraque assistiu um grande crescimento econômico, principalmente em virtude da criação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Em 1979, no vizinho Irã, a Revolução Iraniana estava a todo o vapor, e Saddam temia a expansão do movimento para o Iraque. Em 1991, o conflito conhecido como a Guerra do Golfo estourou na região do Kuwait, e teve participação ativa não apenas dos EUA, mas também do Iraque – logo mais, a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) também invadiu o país, com o objetivo de afastar as tropas iraquianas. Essa reação enfraqueceu o Iraque no âmbito internacional, tendo o país que lidar com diversas sanções. A situação se torna um conflito maior ainda após o 11 de setembro de 2001 – o primeiro ataque no território continental dos EUA; 19 membros do grupo terrorista Al-Qaeda sequestraram quatro voos comerciais dentro do país, o objetivo era atacar os grandes símbolos de poder dos Estados Unidos (o World Trade Center, o Pentágono e a Casa Branca, sendo que só os dois primeiros foram atingidos) e a ação custou a vida de três mil pessoas. Após isso, iniciou-se a “Guerra ao Terror” – mas muitos analistas indicam que as desavenças anteriores com o Iraque e outros países do Oriente Médio alimentaram tal conflito, o ataque terrorista serviu apenas como uma justificativa.

Ainda em 2001, os EUA invadiram o Afeganistão – com o apoio da opinião pública; e em 2003, invadiram o Iraque – porém não houve consenso geral do público sobre isso, o próprio Conselho de Segurança da ONU era inicialmente contra. A Guerra ao Terror foi extremamente cara para os Estados Unidos e deixou marcas permanentes no mundo ocidental (grandes eventos, aeroportos e demais lugares com muita movimentação precisam de atenção redobrada para evitar ataques, e a xenofobia contra o povo islâmico cresce cada vez mais) e no oriental (bem como o filme mostra, o sentimento contra os americanos foi muito presente na região afetada pela guerra, isso fica evidente nos diversos momentos em que Sérgio tenta separar a ONU dos EUA para os iraquianos e a mídia internacional).

Na imagem, soldados americanos derrubam uma estátua de Saddam após sua retirada do poder, cobrindo a cabeça da imagem com a bandeira dos EUA.

Nessa invasão, há a derrubada de Saddam e a instauração da Resolução 1483, na qual a ONU salienta que é de responsabilidade dos EUA reconstruir o Iraque, que naquele momento não tinha representação política. É no ano de 2003, durante a vistoria da Prisão de Abu Ghraib, que Sérgio e outros funcionários da ONU foram alvo de um ataque suicida provocado por um Caminhão-Bomba a mando do ISIS.

Questão 6 – (ENEM 2013)

Praticamente três mil morreram no atentado de 11 de setembro, e depois de dez anos é possível observar os efeitos. Entre os perceptíveis, podemos citar as guerras no Afeganistão, que continua e também no Iraque pós-guerra, no qual ainda não há democracia que o presidente George W. Bush estava com intenção de criar.

Existem outros efeitos pós-ataques mais evidentes, como por exemplo:

A) Reforços nos aeroportos em todo mundo e o surgimento do sentimento antiamericano e anti-islâmico.

B) Criação de um novo governo no Afeganistão e envio de mais tropas americanas para os países em guerra.

C) A criação de mais torres ainda maiores que as anteriores e reforço nas fronteiras americanas.

D) Desenvolvimento de novas armas nucleares e o surgimento de novas tecnologias de proteção área.

E) Tentativa de invasão ao Afeganistão e Criação de novas aeronaves de guerras americanas.

Alternativa correta: letra A

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