Usando Djamila Ribeiro na Redação

Se você ainda não ouviu falar na pensadora Djamila Ribeiro, precisa conhecer mais sobre ela (urgentemente!). A autora nasceu em 1980 na cidade paulista de Santos; teve contato com a militância social desde muito cedo, principalmente por influência do pai, que era militante comunista.

Aos 18 anos, Djamila começou a estudar temas ligados à raça e gênero. Se graduou em filosofia pela Unifesp no ano de 2012, tornando-se mestre pela mesma instituição mais tarde. Lançou seu primeiro livro, ‘O que é lugar de fala?’ no ano de 2017.

Influente, Djamila recebeu o Prêmio Cidadão SP em Direitos Humanos (2016), e foi, dentre outras diversas nomeações, considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo abaixo de 40 anos (ONU).

Conceito de “Lugar de Fala”

A ideia de “Lugar de Fala” foi introduzida por Djamila em seu livro de 2017 (e lembre-se: para ter uma ideia clara do que se trata o tal “lugar de fala” leia o livro da autora; esse artigo é um resumo da ideia aplicada ao contexto das redações de vestibulares e não exclui a necessidade de leitura da obra).

No livro, Djamila faz um apanhado histórico sobre a exclusão de vozes minoritárias ao longo da história (vozes negras, por exemplo), onde apenas algumas pessoas tinham (e continuam tendo, em certa medida) espaço para expor suas ideias e insatisfações (homens brancos, por exemplo).

Nesse sentido, a obra ilustra como essa dinâmica histórica faz com que conhecimentos e produções de pessoas pertencentes a grupos minoritários na sociedade sejam silenciados e ignorados. Pensando nisso, Djamila introduz o conceito de “lugar de fala” como uma forma de dar voz a grupos que tiveram suas ideias reprimidas.

Na prática, e resumindo MUITO a ideia, é como se mulheres tivessem o “lugar de fala” para falar sobre machismo/sexismo, pessoas negras sobre racismo, pessoas parte da comunidade LGBTQIA+ sobre preconceito contra orientação sexual, e assim sucessivamente.

É como se as pessoas que, de fato, vivenciam aquela realidade, sejam aquelas aptas para debaterem e exporem ideias sobre aquele assunto. 

Mas não se engane: a ideia de “lugar da fala” não quer motivar que homens não falem sobre machismo, brancos sobre racismo e assim por diante; a ideia não é evitar o debate e o intercâmbio de ideias, mas sim garantir que, pessoas que durante toda a história vivenciaram o racismo, o machismo, a homofobia e afins, possam falar sobre isso e sejam ouvidas; suas ideias precisam ter destaque pois elas quem vivenciam tais situações.

Para saber mais sobre o conceito de “lugar de fala” leia o livro de Djamila Ribeiro!

Aplicando Lugar de Fala nas redações

O conceito apresentado anteriormente pode ser mobilizado em redações de várias formas, veja alguns temas a seguir onde o tema pode ser utilizado e como:

  • Empoderamento feminino, machismo, violência de gênero e representatividade feminina: caso temas como esse sejam cobrados, o conceito de lugar de fala pode ser mobilizado para mostrar a importância das mulheres para criar políticas públicas sobre os temas, por um exemplo;
  • Racismo, empoderamento da comunidade negra no Brasil, representatividade negra: caso algum tema como esse seja abordado, o conceito da autora pode ser aplicado para ilustrar a importância da valorização de ideias de personalidades negras para debate dos temas (como a própria Djamila), além de usado para mostrar a importância dessa representação para criar políticas públicas para lutar contra o racismo e assegurar a representatividade, por um exemplo;
  • Xenofobia, preconceito contra estrangeiros e migrantes: novamente, o termo pode ser usado para ilustrar como os próprios migrantes devem fazer parte dos debates e tomada de decisão acerca da criação de políticas públicas para melhora da qualidade de vida da população, por exemplo;
  • Outros temas podem ser trabalhados nesse caso, como etarismo, homofobia, e equivalentes!

Tem mais algum tema que você acha que pode se aplicar ao conceito de “lugar de fala”? Conta pra gente nos comentários!

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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!

A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
https://infoenem.com.br/por-que-porque-porque-e-por-que-aprenda-a-diferenca-entre-cada-um-para-nao-errar-no-enem/

O que é SiSU?

É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
https://infoenem.com.br/como-funciona-o-sisu/

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