Durante toda a Guerra Fria, Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS) implementavam uma forte disputa de influência do capitalismo e comunismo, respectivamente. Os norte-americanos, com medo desse crescimento comunista que já se propagava por diversos países, principalmente após a Revolução Cubana, começaram a prestar medidas de auxílio aos países da América Latina, para que estes vissem seu modelo de governo como a melhor alternativa naquele momento.
Uma dessas iniciativas foi a criação da Aliança para o Progresso, um programa de auxílio econômico aos países capitalistas latino-americanos. Entretanto, a onda comunista continuava crescendo e foi então que grupos conservadores, com apoio dos EUA, deram início a uma série de golpes de Estado para instituir governos militares em diversos países.
Contudo, ao contrário do que se pensa hoje, naquele período grande parte da população apoiou o movimento, considerando um governo militar melhor que um comunista. Já os grupos de esquerda, radicais e simpatizantes do comunismo, eram “caçados” pela chamada Operação Condor, uma aliança que perseguia, censurava, reprimia, torturava e até matava quem não apoiasse o militarismo.
Devido ao auxílio internacional, o governo militar foi responsável por um expressivo crescimento econômico, porém, no contexto social, as ditaduras não obtiveram nenhum avanço.
Os países latino-americanos nos quais ocorreram golpes foram Brasil, Argentina, Paraguai, Guatemala, Peru, Chile, Uruguai, Bolívia e República Dominicana. Seus respectivos governos começaram a perder força a partir da década de 1970, quando a Igreja já não apoiava mais o movimento e começou a crescer uma pressão sobre os Estados Unidos para contrariá-los.
Tais governos tiveram diferentes fins pelo continente. No Brasil, o próprio governo militar criou, entre outras, a Lei da Anistia, que perdoava os autores dos crimes. Somente no ano de 2012 foi formada a Comissão da Verdade, que examina e condena as violações dos Direitos Humanos feitas durante o governo militar.