O ministro Fernando Haddad afirmou nesta quinta-feira, 19, que a decisão judicial que determinou o acesso de todos os candidatos à redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) dificulta ainda mais a possibilidade da realização de dois exames neste ano, como estava inicialmente previsto.
A cinco dias de deixar o Ministério da Educação (MEC) para se dedicar à disputa pela prefeitura de São Paulo nas eleições de outubro, Haddad disse que a pasta poderá abrir mão de realizar duas edições do Enem em 2012.
“Não podemos colocar a máquina em fadiga. Há uma questão tecnológica a ser resolvida. É um problema novo que foi colocado e que não é tão simples assim”, explicou o ministro, que ainda completou, “por enquanto, teremos um por ano até que tenhamos fôlego para atender às exigências. A questão está sendo discutida e pode não haver [o exame] em abril.”
Entretanto, antes mesmo da decisão da Justiça Federal no Ceará, Haddad já havia colocado em xeque a realização das duas edições do Enem em 2012. No último dia 11, o ministro declarou que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), autarquia do MEC responsável pelo exame, enfrenta dificuldades para “dobrar o esforço da realização de uma prova de 5 milhões de pessoas”.
Em maio de 2011, o MEC publicou no “Diário Oficial da União” uma portaria que oficializou a realização de pelo menos duas edições do Enem por ano e confirmou as datas das provas do primeiro semestre deste ano para 28 e 29 de abril. Pelo tom das declarações de Haddad na manhã de ontem, a portaria assinada pela presidente do Inep, Malvina Tuttman, corre sério risco de caducar.
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