A semana referente ao primeiro domingo de aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio começou agitada. O noticiário divulgou logo na manhã desta segunda-feira (30) que uma operação da Polícia Civil do Distrito Federal e de Goiás desarticulou uma quadrilha que pretendia fraudar o Enem 2017.
Chamadas de Panoptes e Portas Fechadas, as ações da polícia cumprem 33 mandados de integrantes do grupo que liderava a chamada “Máfia dos Concursos“, sendo 15 em Brasília e 18 em Goiânia. Entre eles, constam 5 prisões preventivas, 3 temporárias (período de 30 dias) e 8 conduções coercitivas.
Dentre os suspeitos, o principal nome é o de um um ex-funcionário do Centro de Promoção e Seleção de Eventos (Cespe) – atual Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), que era responsável pela correção do Enem e importantes concursos.
Segundo os investigadores, ele era responsável pela digitalização das provas e folhas de respostas. Deste modo, os candidatos clientes da quadrilha entregavam os cartões resposta em branco e o suspeito atuava subtraindo-os, preenchendo-os indevidamente e devolvendo-os para correção. Havia ainda a ação de aliciadores que captavam potenciais alunos e concurseiros interessados na porta de cursinhos e colégios, para encaminhá-los para os articuladores do esquema.
Conforme declaração do delegado Rômulo Figueiredo para uma emissora de TV, a Máfia dos Concursos já havia aplicado a fraudo na edição do Enem 2016 e pretendia passar os gabaritos deste ano via ponto eletrônico:
Comprovamos que o Enem 2016 foi fraudado. Em todos os concursos eles tentam atuar de uma forma ou de outra. Em alguns casos tem êxito, em outros não. Antecipamos a operação para esta semana visto que estavam planejando, via ponto eletrônico, fraudar o Enem 2017.
A polícia também informou que o valor cobrado pelos bandido girava em torno de 20 vezes o salário para o cargo do Edital referente ao concurso ou carreira em questão, podendo ultrapassar o valor de R$ 100 mil por candidato, dependendo do caso. Somente o líder do grupo teria movimentado mais de 1 milhão de reais em recebimento de propina de alunos interessados no serviço apenas no ano passado.
Os membros investigados no caso deverão responder por crimes de formação de organização criminosa, fraude a certame licitatório, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Já o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), responsável pela aplicação das provas do Enem 2017 em 5 e 12 de novembro, ainda não se pronunciou oficialmente, apenas afirmou em nota que ainda foi comunicado e e que já procura acesso ao inquérito para poder se posicionar.
Fonte: Portal G1