Black Mirror e o Enem

Chamada da série Black Mirror

O aprendizado e estudo têm diferentes caminhos e formas de concretização. Atualmente há inúmeras ferramentas e possibilidades de apoio nessa empreitada e as séries produzidas por diferentes canais de TV e plataformas de streaming podem ser úteis na construção do conhecimento, argumentação, crítica, ampliação de referenciais históricos e discussões acerca de temas da atualidade. Elas podem ser recurso a se explorar e aprofundar na redação do Enem conforme a temática cobrada pelo exame. Deste modo, pensando na importância dessas produções, iniciaremos uma sequência de discussões com foco em séries produzidas recentemente. A primeira será Black Mirror.

Tecnologia e o “espelho negro”

A série é uma produção inglesa de 2011, criada por Charlie Brooker. Foi lançada pela Channel 4 e comprada pela Netflix em 2015. Na plataforma de streaming é possível assistir as 5 temporadas disponíveis que têm um total de 22 episódios. Com um formato diferenciado das demais, os capítulos das temporadas não tem uma aparente relação entre si permitindo ao espectador assisti-los “fora de ordem” e sem compromisso com a linearidade ou sequência de apresentações. Ainda assim, de maneira geral Black Mirror objetiva que os capítulos situem-se de forma inter-relacionada, em maior ou menor grau no mesmo tempo: discutindo a antítese da utopia tecnológica na contemporaneidade.

Segundo Brooker, o título Black Mirror faz referência aos tempos atuais, à tecnologia como poderosamente viciante e ao “espelho negro” como algo que pode ser encontrado em qualquer lugar: na palma de nossa mão, na televisão, num monitor ou notebook e nos smartphones.

Com o objetivo de retratar um presente alternativo ou um futuro próximo, a série traz à tona a questão referente ao fato de que nem toda novidade traz benefícios, debatendo os prós e contras da incessante presença da tecnologia em nosso cotidiano, ocasionando impactos e consequências.

Na série  a relação ser humano x tecnologia é abordada através de temas relacionados ao mundo atual onde é possível compreender as mudanças e transformações na socialização dos indivíduos junto às inúmeras instituições e questões sociais: Estado, mídia, redes sociais, relações familiares, afetivas, mundo do trabalho, sociedade do consumo e do espetáculo, relacionamentos diversos, religião, questões e desigualdades de gênero, classe social,  étnico-racial entre outras. Alude-se a indagações que tem a ver com o isolamento social promovido pela intensificação das redes/mídias sociais, a solidão humana e as formas de se  relacionar na contemporaneidade. A distopia social é caracterizada por uma sociedade onde se evidencia a banalização da violência, o Estado possui poder opressor sobre os indivíduos, o marketing, hedonismo e egocentrismo são revelados em sua personificação atual do “espelho negro” que pode ser encontrado em qualquer lugar.

A sensação é a de que Black Mirror retrata o aqui e agora pois, ao comparar a vida real e seriado, nos deparamos com a indagação sobre qual será o futuro da humanidade e por quais caminhos temos conduzido nossas decisões e ações diante de uma existência controlada, vigiada e protagonizada por nós mesmos. A produção inglesa pode servir de referência para múltiplos debates e questões que permeiam a vida em sociedade, nas redes em suas novas configurações.

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