Guia de Profissão 2013: Economia

Dentre tantos significados que a palavra em si pode assumir, aquele que nos interessa, no momento, afirma que economia (ou ciências econômicas) é a ciência que estuda a produção, distribuição e consumo dos bens e serviços.

Assim sendo, economistas são profissionais que estudam os fenômenos relacionados com o consumo e a produção de bens e serviços que podem ou não envolver dinheiro. Teoricamente, estão capacitados para auxiliar a construir, a ampliar e a preservar patrimônio. Tanto de pessoas, como de empresas e governos, desenvolvendo planos para a solução de problemas financeiros, econômicos e administrativos nos diversos setores de atividade.

Os economistas gozam de enorme versatilidade na hora de escolher e exercer sua profissão, já que buscam encontrar soluções referentes a um país, uma região, empresas ou até investidores individuais. Dessa forma, conseguem serviço tanto em empresas privadas como em órgãos públicos (municipais, estaduais e federais).

Antes de nos aprofundarmos mais sobre essa carreira, é válido desfazer uma confusão muito comum entre os vestibulandos. Embora a matemática seja uma das grandes ferramentas do economista, a economia é uma ciência humana!

Média Salarial
Segundo o Site Guia da Carreira, o salário médio é de R$ 3.022,00.

Onde estão os melhores cursos?
Segundo o Guia dos Estudantes 2011, estes são os melhores cursos de Economia do país.

*Os dados estão organizados por estado e ordem alfabética.

 

Entrevista
Para entender melhor o cotidiano, as expectativas e as oportunidades de um economista, convidamos Eduardo Bortoluci, formado em Ciências Econômicas pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) em 2010 e que atualmente trabalha na multinacional alemã Siemens, na área de Petróleo e Gás.

1- Porque escolheu o curso de Ciências Econômicas?
Eu sempre tive boa aptidão com números e gostava de gráficos, tabelas, etc. Na escola eu tirava boas notas em Matemática, Física e Química, porém gostava muito das aulas de História e Geografia, mesmo não indo tão bem nestas matérias. Achava muito interessante assistir uma aula sobre um determinado assunto e, ao assistir um documentário ou mesmo ao ver as notícias, conseguir entender o que estava se passando.

Eu até fiquei em dúvida entre prestar Engenharia e Ciências Econômicas, porém ao conversar com amigos que faziam Engenharia, eu percebi que seria “muito número” para mim, então achei melhor prestar Ciências Econômicas.

2 – O que achou do curso? Cite as principais dificuldades encontradas ao longo do mesmo.
O curso de Ciências Econômicas é bem amplo em termo de disciplinas. Você estuda desde História Pré-Capitalista (Economia Feudal) até Econometria (Estatística aplicada a Economia). Dependendo da Faculdade em que você estudar, as matérias podem ser voltadas mais para Exatas (USP, PUC-RJ) ou mais para Humanas (UNICAMP, UFRJ).

Acredito que esta diversidade de matérias seja a maior dificuldade do curso, principalmente no primeiro ano, quando os alunos não costumam entender o motivo de estudar matérias tão diferentes, que variam desde Ciências Sociais à Cálculo I, já no primeiro semestre do curso. No entanto, basta manter em mente que os primeiros anos são a base do curso. Assim, um dia você entenderá o motivo de ter estudado estas matérias.

O Curso em si, e independente da Faculdade, possui diversas cadeias (Economia Brasileira, Economia Internacional, Estatística, Microeconomia, Macroeconomia, entre outras), que vão se complementando ao longo do curso. No final, você conseguirá compreender a relação entre estas cadeias e entender, por exemplo, que o que você estudou em Economia Brasileira tem ligação com o que você estudou em Macroeconomia, que tem relação com a Economia Internacional e assim por diante.

Na minha opinião é exatamente por isso que o curso de Ciências Econômicas é tão fascinante. Você conseguirá entender vários acontecimentos do presente e da história com as bases econômicas que estudou. Com certeza terá uma visão mais ampla em relação a outros cursos de graduação e isso fará com que você possua um diferencial no mercado de trabalho.

3- No seu ponto de vista, em que área de atuação da Economia estão as melhores oportunidades para os recém-formados?
Escolher a área de atuação não é uma tarefa simples. Eu mesmo fiquei entre duas ou três opções antes de decidir o que fazer. Isto dependerá muito de quais são os seus objetivos pessoais e profissionais.

Mas, considerando o atual cenário da Economia Brasileira, eu diria que as melhores oportunidades estão em Bancos, grandes Consultorias e no Mercado Financeiro. Esta é a área de atuação hoje onde há o maior número de contratações, principalmente dos Bancos. É só ler os jornais que vocês entenderão os motivos para isso. Os Bancos brasileiros estão entre os maiores do mundo e são as empresas nacionais que detêm os maiores níveis de rentabilidade para seus acionistas. Porém alerto que, apesar de estarem contratando bastante, é uma área onde a pressão é muito grande e você terá que “ralar” muito no seu início de carreira, pois ao mesmo tempo em que podem trazer uma rápida ascensão, te farão trabalhar 12, 14 horas por dia.

Outra opção que até um tempo atrás estava em alta eram os Concursos Públicos. Como quase todos os concursos pedem noções de Contabilidade, Microeconomia e Macroeconomia, ser formado em Ciências Econômicas faz com que você esteja um passo a frente dos seus concorrentes. Lógico que terá que estudar muito para passar nos “bons” concursos, mas é uma opção de carreira muito sólida e, se você preza mais pela estabilidade no emprego, pode ser uma boa opção de carreira.

Se você é do tipo que gosta de estudar, pesquisar e pensa em dar aulas, não tem o que discutir. Carreira Acadêmica é a melhor opção. E como a Economia está em constante transformação, sempre tem algo a ser estudado. Então está é uma carreira para a qual sempre haverá oportunidades. Ainda mais se os incentivos do governo para fazer Mestrado e Doutorado fora do país e as promessas de investimentos em educação finalmente acontecerem, esta pode ser uma profissão muito concorrida no futuro.

Por outro lado, se você for igual a mim e quiser trabalhar em empresas privadas, enfrentará uma forte concorrência de graduados em Administração de Empresas, Ciências Contábeis, Comércio Exterior, etc. As oportunidades de emprego costumam ser comuns entre estas áreas (trabalhar na área financeira das empresas) e como o mercado não está tão bom quanto gostaríamos, possuir um diferencial além da graduação auxilia muito em busca do emprego. Línguas, Viagens Internacionais, Cursos extra-curriculares, são todos requisitos analisados pelo recrutadores das grandes empresas além, é claro, do seu perfil profissional.

Acho que o recado que tenho para dar é que é muito importante se conhecer antes de escolher qual a área de atuação a seguir. Eu conheço pessoas que só tiravam nota 10 na Faculdade mas que não se deram bem quando trabalharam em empresas privadas. Isto é muito pessoal e você deve se conhecer antes de tomar qualquer decisão.

4 – Como é exercer a profissão de economista? Conte-nos um pouco sobre sua rotina.
A grande vantagem de se fazer matérias tão diversas é o reflexo que se tem na atuação no mercado de trabalho, já que existe uma enorme gama de atuação para os economistas. Da minha turma de graduação, por exemplo, existem pessoas que estão trabalhando com o Governo, pessoas concursadas em empresas públicas, pessoas que seguiram a carreira acadêmica, pessoas que optaram pelo Mercado Financeiro e os que, como eu, optaram por trabalhar em grandes empresas privadas. Existem ainda aqueles que aproveitaram a sólida formação que tiveram para tocar os negócios de família, aproveitando para praticar alguns dos conceitos que tiveram ao longo do curso em seus próprios negócios.

Para mim, é só uma questão de analisar a área que você mais se identifica e correr atrás para se especializar. Este processo de busca não é fácil, por isso vale a pena começar cedo: os estágios tem papel muito importante nesta escolha.

5- Gostaríamos que desse dicas, conselhos ou qualquer outro tipo de informação que ajude nossos leitores a decidir seguir (ou não) a sua profissão. Fique a vontade!
Para finalizar, a grande vantagem que eu enxergo ao ter feito Ciências Econômicas é a grande gama de aprendizado e oportunidades de trabalho.

Você terá diversos tipos de matérias e, ao longo do curso, com certeza irá encontrar o que considera melhor para si mesmo. Quando descobrir o que quer fazer efetivamente, aí sim correr atrás do que é melhor. Estágios, aulas complementares, foco no estudo para prestar um mestrado, etc. O que decidir, você terá requisitos mínimos para fazer.

Das três turmas que acompanhei na faculdade (os que entraram em 2005, 2006 e 2007), eu não lembro de nenhum estudante que saiu da faculdade sem emprego. Os recém-formados desempregados estavam nesta situação por opção, seja para prestar o Mestrado ou estudando para concurso.

Então posso afirmar com 100% de certeza que a carreira de economista é uma ótima opção para aqueles que não tem certeza do que prestar!

Se você gosta de estar antenado nas noticias do cotidiano (jornais e revistas) e tem uma certa aptidão para matemática, talvez esse seja o curso ideal para você! Caso ainda esteja em dúvida, logo abaixo separamos alguns sites e blogues sobre economia. Confira!

Feito para Economistas

O Economista

Ordem dos Economistas do Brasil

Economia é para Economista

Blog do Economista

Na próxima sexta-feira nosso “Guia das Profissões 2013 do infoEnem” apresentará mais uma profissão. Não perca!

 

*Agradecemos ao economista Eduardo Bortoluci, que atendeu prontamente nosso pedido e nos concedeu essa bela entrevista.

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