Enem abre mais portas

Nesta terça-feira (13), a presidenta Dilma Rousseff, em parceria dos Ministérios da Educação e Ciência, Tecnologia e Inovação, anunciou o edital do Programa Ciência sem Fronteiras, que oferecerá mais de 100 mil bolsas de estudo no exterior para alunos de graduação e pós-graduação, até 2014.

Lançado em julho, tal programa é gerenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Cnpq). Das mais de 100 mil bolsas, 75 mil serão financiadas pelo governo e 25 mil serão financiadas através de parceria com o setor privado, em empresas como Petrobras e Vale.

“Considero um dos grandes programas do meu governo”, disse Dilma, ao considerar que a questão é “essencial” para os brasileiros. A presidenta também ressaltou que, apesar de o país ter várias riquezas naturais e uma agricultura produtiva, o Brasil irá precisar em breve de homens e mulheres capazes de produzir conhecimento. As áreas prioritárias das bolsas são das ciências básicas, como matemática, física, química e biologia, com ênfase nas engenharias.

Durante a cerimônia de ontem, foram anunciados os primeiros 1.500 estudantes que já seguem para estudos nos Estados Unidos, em janeiro. No edital agora lançado, países como Reino Unido, Alemanha, França e Itália são opções. A partir de fevereiro do próximo ano, Holanda, Bélgica, Espanha, Portugal, Coreia, China e Japão entram no programa do governo.

As bolsas poderão ser pleiteadas apenas por estudantes que obtiverem nota mínima de 600 no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Deve ficar claro que a nota do Enem não é classificatória para o programa, e sim eliminatória, o que não significa que o aluno que atingiu essa nota mínima no exame tenha garantido sua bolsa, ele apenas está apto a se inscrever e concorrer com os demais. Outros fatores como desempenho acadêmico e participação anterior em algum programa educacional público serão diferenciais para decidir quais estudantes serão comtemplados com as bolsas.

Com relação ao domínio da língua estrangeira, que representa um entrave para o programa, o governo prevê o estímulo do Capes as universidades federais para que ofereçam, gradualmente, cursos específicos básicos e intermediários de idiomas.

A iniciativa de enviar estudantes para aprendizado em outros países, segundo a presidenta , corrige as diferenças sociais e dá as mesmas oportunidades para todas as classes. O ministro da educação Fernando Haddad também ressaltou o papel do Enem como “alavanca” para que o programa do governo não repita erros de iniciativas passadas, que, segundo ele, priorizavam a elite para cursos de intercâmbio. “Nosso desenvolvimento depende da interação e parceria com os estudantes. Com o Enem, estamos conseguindo oferecer ao jovem brasileiro a oportunidade de que, em sua cidade, ele realize um exame nacional e se qualifique para participar de seleções como essas”, afirmou.

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