A pandemia e o EAD obrigatório fizeram de 2020 um ano insano e diferente de qualquer outro para o mundo todo. Mesmo com tudo isso, no entanto, um grande número de inscritos resolveu prestar o Enem, que foi adiado, e, quem deu a sorte de não ser barrado por conta da lotação e fazer a primeira aplicação, deparou-se com um tema que permeou todo o ano anterior: a saúde mental. E deram uma certa sorte, já que raramente o Inep prepara tópicos tão óbvios e tratados amplamente em todas as mídias (alô educação de surdos e democratização do cinema, estamos olhando pra vocês!). Mais do que a saúde mental em si, o assunto a ser tratado era o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira. Vamos analisar os elementos do tema e construir uma possibilidade de organização da argumentação para o tema dessa edição tão fora do comum.
Em primeiro lugar, a frase temática já afunila o que será tratado ao nosso país apenas, o que facilita bastante o trabalho. Os estigmas relacionados às doenças mentais têm se dissipado na sociedade brasileira (graças a Deus!) e cada vez mais os indivíduos acometidos por elas têm encontrado suporte e tratamento. No entanto, continua sendo bastante comum ouvir que alguém com depressão “está com falta do que fazer e fica o dia inteiro na cama”, alguém com ansiedade “é paranoico e se preocupa sem necessidade” e que alguém com dependência química é “um vagabundo que só quer saber de se drogar”. Além desse senso comum baseado em nada, alguns retrocessos no suporte de políticas públicas direcionadas a essas pessoas ainda ocorrem, e esses mesmos retrocessos podem servir de comprovação de que os estigmas infelizmente ainda são reais.
Para comprovar a existência de uma visão de senso comum equivocada da sociedade brasileira média (no sentido de mais comum no que se refere à formação acadêmica), é possível utilizar referências a atitudes do próprio presidente da república. Em uma entrevista para a revista Playboy em 2011, antes de se tornar presidente, ele já afirmava “não acreditar” em psicólogos. Em seu governo, nos anos de 2019 e 2020, respectivamente, retirou o suporte obrigatório de psicólogos e assistentes sociais em escolas públicas e cortou fundos para programas públicos de saúde mental. Como os governantes são o reflexo de seu povo, pode-se dizer que um presidente da república que acha o suporte à saúde mental algo supérfluo demonstra bem algo com o qual seus eleitores provavelmente concordam e/ou não sabem muito a respeito. Estabelecido o estigma, é hora de rebatê-lo. Neste momento, informações, definições e índices de fontes idôneas (grandes conglomerados de mídia, sites médicos e pesquisas publicadas) acerca das doenças mentais mais comuns no país, como elas podem afetar o indivíduo e a sociedade (inclusive na economia) e deixar bem claro que elas não são “escolha” de quem passa pelo problema são bons passos a se seguir na sequência da argumentação.
Por fim, como sempre, vem a proposta de intervenção. Aqui, as possibilidades normalmente são variadas e com o tema de 2020 não é diferente. Pode-se sugerir programas escolares, para tratar a questão desde cedo na vida das crianças, além de propor leis e programas públicos que tornem a busca ao suporte à saúde mental mais acessível para todos. Uma campanha de conscientização para que o público geral tenha informações sobre o tópico também pode ser uma ótima ideia. Basta lembrar-se de que a proposta deve ser sempre bem detalhada (quem colocará em prática, como, o que será feito exatamente, que meios serão usados, qual o público e o efeito esperado, para encerrar a redação de forma “redondinha”) e bem relacionada ao restante da argumentação. Não seria muito benéfico para a coerência do texto, por exemplo, tratar dos adultos mais velhos que acreditam em estigmas relacionados às doenças mentais ao longo da redação toda e na conclusão sugerir apenas campanhas que abranjam alunos nas escolas regulares. Levadas em contas essas questões, é só construir bem sua proposta de intervenção!
O que acharam do tema da redação do Enem 2020? Prestaram a prova? Como construíram a redação de vocês? Acham que foram bem? Contem tudo pra gente nos comentários e até a semana que vem!
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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!
A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
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O que é SiSU?
É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
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