Consumismo e obsolescência programada

Após a Revolução Industrial ocorreu o alargamento da produção e do comércio de mercadorias. Duas expressões dessa intensificação são o consumismo e a obsolescência programada, fenômenos que generalizaram o consumo, o descarte e a substituição e são cotidianamente observados na sociedade moderna capitalista.

A Revolução Industrial modificou o mundo profundamente, pois possibilitou a produção em larga escala, alterou as relações de produção e modificou o modo de vida dos indivíduos, especialmente, nas áreas urbanas. Posteriormente, no século XX, os avanços produtivos do sistema capitalista se intensificaram e se espalharam pelo mundo, disseminando uma lógica de desenvolvimento econômico pautada no liberalismo e no consumo desenfreado.

Nesse ínterim, deve-se dar ênfase para os Estados Unidos, o qual é responsável pela emergência do American Way Of Life (maneira norte-americana de viver) que generaliza o processo de acumulação capitalista, o consumismo e, consequentemente, a obsolescência programada.

Consumismo

O consumismo é uma compulsão caracterizada por compras excessivas que não são necessárias e nem racionalmente ponderadas, são motivadas apenas pelo desejo incontrolável de comprar. Esse comportamento diferencia-se do simples consumo, justamente, por não considerar as necessidades básicas da vida cotidiana, como a alimentação, e por criar demandas supérfluas, por exemplo a ânsia de possuir joias ou um celular mais moderno.

Identifica-se com clareza esse fenômeno presente em sociedades modernas capitalistas, marcadas por imperativos de acumulação, isto é, uma lógica socialmente compartilhada que, através da coação, impõe aos indivíduos o anseio pelo consumo indiscriminado visando a satisfação (mas não uma satisfação duradoura, pois ela precisa ser efêmera para que o sujeito compre mais e mova o mercado).

Um dos maiores responsáveis pelo consumismo é a mídia, a qual atua por meio de propagandas, novelas e diversos outros mecanismos de propagar informações, para imbuir na psique do sujeito essas necessidades de consumo. Assim, ao construir um cenário de felicidade e contentamento derivados da aquisição de determinado produto, a mídia ilude o consumidor a comprá-lo para obter aquela mesma sensação dos personagens. A ação midiática ocorre sobre as fragilidades humanas, como distúrbios emocionais, psicológicos ou por pressões sociais para influenciar a venda. Essa ação é tão profunda que, na maioria das vezes, não se percebe que essas necessidades são irreais e foram socialmente construídas e impostas.

Uma consequência desse fenômeno é o alargamento do consumismo às relações interpessoais, o que produz relações cada vez mais efêmeras, vínculos mais frouxos e um constante comportamento de substituição de amigos(as), namorados(as) e outras pessoas dos círculos sociais.

Obsolescência programada

A Obsolescência Programada é um dos fenômenos constituintes do consumismo e da sociedade contemporânea. Ela pode ser identificada como o processo de tornar um objeto obsoleto em um curto período de tempo, assim, obrigando o consumidor a substituí-lo.

Fonte: https://amenteemaravilhosa.com.br/obsolescencia-programada/

Pode-se notar dois tipos de obsolescência:

  1. Obsolescência técnica: quando as próprias empresas criam produtos frágeis e com uma pequena vida útil para que deteriorem rápido e, desta forma, as pessoas comprem novos. Ademais, também ocorre quando uma empresa lança constantemente novos produtos com pequenas modificações apenas para impelir que os sujeitos comprem a versão “mais moderna”. Ambos os casos são facilmente observáveis em aparelhos eletrônicos, como celulares.
  2. Obsolescência psicológica: quando o consumidor, mesmo possuindo um produto com boas condições de uso, sente a necessidade de substituí-lo por um novo, pois, para ele, aquele produto antigo já se tornou obsoleto e não possui mais valor de uso. Tal fenômeno é amplamente presente entre os jovens, os quais estão cada vez mais imersos nessa lógica de descarte e efemeridade.

As críticas à produção desenfreada e ao consumismo não se limitam a perspectiva econômica, mas também ao viés ambiental. Afinal, para que ocorra a ampliação do consumo é necessário o aumento da exploração dos recursos naturais e, além disso, precisa-se de uma constante substituição dos bens anteriormente adquiridos, o que significa um constante descarte e, assim, mais poluição ao planeta.

Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2018/06/12/o-capitalismo-em-numeros

Questão – Enem 2019

A estética relativamente estável do modernismo fordista cedeu lugar a todo o fermento, instabilidade e qualidades fugidias de uma estética pós-moderna que celebra a diferença, a efemeridade, o espetáculo, a moda e a mercadificação de formas culturais.

HARVEY, D. Condição pós-moderna: uma pesquisa sobre as origens da mudança cultural. São Paulo: Loyola, 2009.


No contexto descrito, as transformações estéticas impactam a produção de bens por meio da

a) Promoção de empregos fabris, integrada às linhas de montagem.

b) Ampliação dos custos de fabricação, impulsionada pelo consumo.

c) Redução do tempo de vida dos produtos, acompanhada da crescente inovação.

d) Diminuição da importância da organização logística, utilizada pelos fornecedores.

e) Expansão de mercadorias estocadas, aliada a maiores custos de armazenamento.

A alternativa correta é a letra C.

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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!

A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
https://infoenem.com.br/por-que-porque-porque-e-por-que-aprenda-a-diferenca-entre-cada-um-para-nao-errar-no-enem/

O que é SiSU?

É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
https://infoenem.com.br/como-funciona-o-sisu/

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