O Abolicionismo foi um movimento político que lutou contra as estruturas escravocratas dos séculos XVIII e XIX. Foi iniciado na Europa, mas apenas conseguiu força expressiva durante a Revolução Francesa, especialmente após a declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, proclamada em 1789, a qual disseminou a ideia de direitos básicos, abrangentes e igualitários até as colônias francesas. Com isso, surgiram algumas leis para abrandar a escravidão e, em determinados lugares, extingui-la. No entanto, apenas em 1848 essa forma exploratória de trabalho seria proibida em terras francesas, incluindo em colônias.
Outro país com grande relevância ao movimento abolicionista é a Inglaterra, a qual, mesmo tendo sido uma das nações com grande atuação no comércio de escravos entre os séculos XVII e XVIII, no século seguinte atuou significativamente no projeto abolicionista e passou a requerer o fim do tráfico de escravos no Atlântico e, depois, o fim da escravidão. O motivo desse posicionamento favorável à libertação é o interesse econômico inglês no processo de industrialização, que necessitava de novas relações de trabalho e da ampliação do mercado consumidor. Neste sentido, era mais lucrativo manter os africanos na África e incentivar a produção de matérias-primas baratas, prática que iria tanto aumentar o consumo – pois os antigos escravos passam a ser futuros consumidores – quanto alimentar a atividade produtiva inglesa.
Dentre os países da América Latina, o abolicionismo veio por meio de leis de emancipação que aconteceram em países como a Colômbia, Argentina e o México. No entanto, o Brasil e Cuba mantiveram a escravidão até o século XIX.
No caso dos Estados Unidos, a escravidão enfraqueceu-se primeiramente no Norte do país – região que estava em pleno desenvolvimento econômico e industrial, portanto, preferia mão de obra livre e assalariada – e apenas posteriormente no Sul, visto que era uma região marcada por grandes propriedades e com uma significativa diferença ideológica do Norte, nesse caso, mais conservadora. Assim, em 1865 os EUA aboliram a escravidão através da 13ª Emenda à Constituição.
Fonte: http://www.ovigilante.org.br/noticias/13-de-maio-mesmo-com-limites-abolicao-marcou-mudancas-na-sociedade
Indice
O Abolicionismo no caso brasileiro
Antes de se abordar o movimento abolicionista propriamente, deve-se relembrar que a escravidão no Brasil teve início no século XVI, durante o período colonial, e suas atividades, como o tráfico de escravos se apresentavam como um sistema muito lucrativo naquele tempo, sendo assim, os grupos que detinham o poder e a Coroa Portuguesa não se importavam em manter a população africana sob exaustivas jornadas de trabalho, sem alimentação e em condições de vida degradantes, marcadas pela violência física, psicológica e sexual.
No período joanino ocorreram negociações entre Portugal e o Reino Unido para que o tráfico negreiro fosse abolido, no entanto, mesmo após a independência do Brasil o problema persistiu. Em 1830 o país assumiu o compromisso e decretou uma lei que proibia o tráfico de escravos, mas nada mudou na realidade pois os escravos continuaram chegando e as autoridades brasileiras não combatiam a prática. Essa negligência das autoridades fez com que a Inglaterra estabelecesse, em 1845, o Bill Aberdeen (lei que concedia à Inglaterra o poder de atuar de maneira rígida contra o tráfico negreiro e que colocava a soberania das águas brasileiras em risco). Para evitar maiores problemas, os políticos brasileiros proibiram novamente o tráfico negreiro no Brasil, estabelecendo a Lei Eusébio de Queirós em 1850.
Por conta da proibição do tráfico ultramarino, intensificou-se o tráfico interprovincial, ou seja, o tráfico entre as províncias. Devido a permanência desse comércio, o movimento abolicionista foi se intensificando e a abolição foi acontecendo de maneira gradual. Em 1870 o movimento ganha força e, através da luta de homens e mulheres negros, mais algumas leis foram aprovadas, como a Lei do Ventre Livre, que determinava que os filhos dos escravos nascidos após 1871 seriam livres; e a Lei dos Sexagenários (1885) que concedia alforria aos escravos com mais de 60 anos.
Na década de 1880 a abolição do trabalho escravo foi uma pauta amplamente discutida pela sociedade brasileira e o movimento abolicionista ganhou inúmeros apoiadores de diferentes grupos da sociedade. Eles passaram a lutar de maneira aguerrida pelo fim total da escravidão no país, utilizaram-se de jornais, pressões ao governo e outros meios de influência para alcançar seu objetivo. Nomes como Joaquim Nabuco, José do Patrocínio e Luiz Gama são referências ao movimento abolicionista.
Nesse contexto, levou-se ao Senado um projeto para a extinção imediata e sem indenização da escravidão. Assim, a Lei Áurea foi aprovada pela princesa Isabel e, em 1888, ela entra em vigor. Entretanto, deve-se ressaltar que essa lei apenas formalizou um processo que foi gradualmente conquistado pelos negros que lutaram por sua libertação. Além disso, salienta-se que essa estrutura foi tão profunda que influenciou a formação política, econômica e social do país, sendo possível perceber suas heranças e resquícios até os dias de hoje.
Questão – Enem 2018
A poetisa Emília Freitas subiu a um palanque, nervosa, pedindo desculpas por não possuir títulos nem conhecimentos, mas orgulhosa ofereceu a sua pena que “sem ser hábil, é, em compensação, guiada pelo poder da vontade”. Maria Tomásia pronunciava orações que levantavam os ouvintes. A escritora Francisca Clotilde arrebatava, declamando seus poemas. Aquelas “angélicas senhoras”, “heroínas da caridade”, levantavam dinheiro para comprar liberdades e usavam de seu entusiasmo a fim de convencer os donos de escravos a fazerem alforrias gratuitamente.
MIRANOA, A. Disponível em: www.opovoonline.com.br. Acesso em: 10 jun. 2015.
As práticas culturais narradas remetem, historicamente, ao movimento
a) Feminista.
b) Sufragista.
c) Socialista.
d) Republicano.
e) Abolicionista.
A alternativa correta é a letra E.
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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!
A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
https://infoenem.com.br/por-que-porque-porque-e-por-que-aprenda-a-diferenca-entre-cada-um-para-nao-errar-no-enem/
O que é SiSU?
É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
https://infoenem.com.br/como-funciona-o-sisu/