A Revolução Industrial pode ser entendida como um conjunto de transformações significativas que aconteceram no modo de produção vigente, entre os séculos XVIII e XIX, nas quais substituiu-se o trabalho artesanal pelo trabalho assalariado e iniciou-se a adoção de máquinas. Com isso, a produtividade passou a ser generalizada, visto que foi possível produzir mais em um intervalo de tempo menor.
Anteriormente a este processo, a maioria da população europeia vivia no campo e produzia de acordo com suas necessidades de consumo e das necessidades dos indivíduos ao redor, o que possibilitava o comércio. Essa fase de Capitalismo Comercial é marcada pela presença do mercantilismo (conjunto de práticas econômicas e ideias que marcam a transição do período feudal à produção capitalista). Durante esse estágio mercantil, a acumulação de capital ocorre mediante a circulação de mercadorias, ou seja, o dinheiro advinha das atividades comerciais e não da produção executada pelas máquinas, como ocorre na fase do capitalismo industrial.
Além disso, é importante compreender que o processo de aceleração da produção, derivado da Revolução Industrial, ocorre após três importantes substituições:
- Substituição das ferramentas pelas máquinas: um trabalhador utiliza apenas uma ferramenta por vez, já a máquina pode utilizar diversas ferramentas e precisa de apenas um homem para operá-la.
- Substituição da força humana pela força motriz: o uso de ferramentas é limitado pela força humana, já a força motriz (responsável por mover a máquina) representa a possibilidade de aplicar mais força em um número maior de ferramentas, o que gera mais produtividade em um menor intervalo de tempo.
- Substituição do sistema doméstico (artesão) pelo sistema fabril, ou seja, locais especializados, denominados fábricas: com esse processo o proprietário dos meios de produção ganha poder sobre a força de trabalho dos proletários, os quais recebem um determinado salário pelos serviços executados. Ademais, também possibilita a divisão do trabalho social, visto que os trabalhadores não precisam conhecer todo o processo produtivo, podem se especializar em apenas uma etapa.
Fonte: https://sites.google.com/site/lehist09/home/idade-moderna/seculo-xviii/seculoxviii-arevolucaoindustrial
Indice
1ª Fase da Revolução Industrial (1760-1860)
Estágio do Capitalismo Industrial, isto é, a acumulação de capital ocorre mediante a produção industrial de mercadorias. Esta fase concentrou-se na Inglaterra e foi iniciada com a indústria têxtil, devido ao amplo mercado para o produto nas colônias e em Portugal, país que possuía um acordo com o governo inglês, marcado pelo comércio de “panos e vinhos”.
Causas do pioneirismo inglês:
- Acumulação “primitiva” de capitais: mercantilismo na Era Elisabetana.
- Revolução Gloriosa (1689): foi uma revolução burguesa responsável por possibilitar condições políticas para um governo burguês, o qual estava envolvido com os anseios capitalistas da burguesia.
- A Inglaterra possuía uma poderosa frota naval.
- O sistema financeiro, marcado pela existência de bancos, possibilitava investimentos.
- A existência de recursos minerais em solo inglês, como jazidas de carvão mineral e carvão vegetal, foram os combustíveis para as máquinas à vapor; e o minério de ferro possibilitou o aperfeiçoamento da metalurgia.
- O processo de cercamentos, que consistia na expulsão dos camponeses de suas terras para que estas fossem cercadas para a criação de ovelhas, das quais seriam extraídas as lãs, e para o plantio comercial, gerou o êxodo rural, isto é, a saída dos camponeses das terras rurais para as cidades. Assim, esses novos moradores das áreas urbanas seriam a mão de obra da indústria.
Transformações nas formas de trabalho
- Sistema doméstico (oficina)
- Cooperação simples.
- Fase doméstica: familiar.
- Mercado: pequeno e estável.
- Mestre artesão é detentor da oficina, das ferramentas, matérias-primas e da técnica de produção. Ele era o responsável pelo comércio do produto.
- Sistema das Corporações (manufatura)
- Cooperação avançada.
- Expansão do mercado.
- Matérias-primas fornecidas pela burguesia mercantil.
- Mestre artesão é detentor da oficina, das ferramentas e técnicas de produção.
- Sistema fabril
- Fase da maquinofatura (produção feita por máquinas).
- A burguesia detém a oficina (agora chamada fábrica), as ferramentas (as máquinas) e a matéria-prima.
- Mestre artesão é detentor do que lhe restou: a força de trabalho, a qual será vendida por um determinado valor, ou seja, um salário. O mestre artesão não precisa mais conhecer todas as etapas da produção, pois, com a chegada das máquinas, as tarefas vão se especializando e, assim, cada trabalhador fica responsável por apenas uma etapa do processo produtivo.
Desta forma, percebe-se que não apenas as técnicas de produção, as condições de trabalho e as tecnologias utilizadas são transformadas, mas as relações de trabalho também, o que altera completamente a organização social vigente em um processo de complexificação de todas as esferas da vida.
Questão – Enem 2013
O servo pertence à terra e rende frutos ao dono da terra. O operário urbano livre, ao contrário, vende-se a si mesmo e, além disso, por partes. Vende em leilão 8,10,12,15 horas da sua vida, dia após dia, a quem melhor pagar, ao proprietário das matérias-primas, dos instrumentos de trabalho e dos meios de subsistência, isto é, ao capitalista.
MARX, K. Trabalho assalariado e capital & salário, preço e lucro. São Paulo: Expressão Popular, 2010.
O texto indica que houve uma transformação dos espaços urbanos e rurais com a implementação do sistema capitalista, devido às mudanças tecnossociais ligadas ao
a) desenvolvimento agrário e ao regime de servidão.
b) aumento da produção rural, que fixou a população nesse meio.
c) desenvolvimento das zonas urbanas e às novas relações de trabalho.
d) aumento populacional das cidades associado ao regime de servidão.
e) desenvolvimento da produção.
A alternativa correta é a letra C.
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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!
A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
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O que é SiSU?
É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
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