As consequências do desenvolvimento tecnológico aos trabalhadores

Desde a primeira Revolução Industrial o trabalho humano vem sendo progressivamente transformado, processo, o qual, possui algumas contradições. Sendo assim, deve-se analisá-lo com cautela, considerando tanto seus efeitos positivos para a sociedade quanto os efeitos negativos aos trabalhadores, os quais foram acometidos pelo desemprego e por outros elementos que aprofundaram suas condições de desigualdade.

Desde a primeira Revolução Industrial, no século XVIII, o trabalho humano começou a alterar sua dinâmica, uma vez que se iniciou a inserção de máquinas nas indústrias e se substituiu o modo de produção doméstico, ou artesanal, pelo sistema fabril. Progressivamente, as mudanças foram se intensificando e disseminando ao redor do globo, o que alterou toda organização do trabalho humano.

Após alguns séculos – mais precisamente na segunda metade do século XX – e inúmeras evoluções tecnológicas e científicas, iniciou-se um processo ainda mais revolucionário à vida e ao trabalho dos indivíduos: A Revolução Técnico-Científico-Informacional (ou Terceira Revolução Industrial). Marcada, principalmente, pela criação e evolução de fatores relacionados à informática, telecomunicações, robótica, química, biotecnologia e muitas outras áreas que permeiam toda a existência dos seres humanos.

Imagem adaptada do site: https://www.researchgate.net/figure/Figura-69-Caracteristicas-das-revolucoes-Industriais_fig24_339943334

Todo esse desenvolvimento possibilitou um grande aumento produtivo e, consequentemente, de lucro por parte dos donos dos meios de produção. Mas o que aconteceu com os trabalhadores?

  1. Aumento do desemprego: decorrente tanto da substituição do trabalho humano pelo trabalho mecanização quanto pela constante necessidade de especialização dos trabalhadores. Por exemplo, antes um trabalho que necessitava de vários sujeitos para ser executado, hoje pode ser feito por apenas uma máquina e um indivíduo para operá-la. O trabalhador incumbido dessa tarefa deve ter o conhecimento necessário para desempenhá-la, o que exige estudo e investimento em si próprio – algo que pessoas em situações de vulnerabilidade dificilmente podem fazer, uma vez que a prioridade é a sobrevivência;
  2. Necessidade de especialização dos trabalhadores: é exigida constantemente para que o trabalhador possa operar máquinas cada vez mais complexas. Salienta-se, no entanto, que é uma especialização instrumental e não crítica, ou seja, ele não deve pensar no objetivo do que está fazendo, apenas deve fazer de maneira alienada para manter o perfeito funcionamento da produção;
  3. Desqualificação: alguns trabalhos necessitam conhecimentos específicos para serem desenvolvidos, como é o caso de um padeiro: ele precisa conhecer a finalidade de cada ingrediente, como funciona o processo de fermentação e muitos outros saberes para conseguir desempenhar seu serviço; entretanto, com a automação da padaria, a máquina fará todo serviço e cabe ao padeiro apenas apertar os botões. Esse é apenas um exemplo, mas a automação desqualificou diversos outros trabalhos;
  4. Aumento do mercado informal: como o desemprego é generalizado e a especialização um pré-requisito, muitos trabalhadores menos instruídos aceitam qualquer tipo de trabalho (muitas vezes mal remunerados, com condições degradantes e sem os devidos direitos) para conseguir sobreviver.

A somatória desses fatores culmina no aumento da desigualdade social, na diminuição das possibilidades de estudo pelas classes mais pobres – pois muitos jovens não possuem oportunidades ou possibilidades para continuar nos estudos e vão para o mercado de trabalho – e na progressiva alienação no trabalho.

Como foi mostrado, deve-se analisar com cautela cada processo social ao longa da história, visto que eles podem conter contradições complexas. Como é o caso da modernização, a qual trouxe avanços na medicina, nas ciências e em outras áreas que possibilitaram condições de vida muito melhores, mas, ao mesmo tempo, generalizou o desemprego e a desigualdade social.

Questão

(ENEM 2020 digital) Ao mesmo tempo que as novas tecnologias inseridas no universo do trabalho estão provocando profundas transformações nos modos de produção, tornam cada vez mais plausível a possibilidade de liberação do homem do trabalho mecânico e repetitivo.

 JORGE, M. T. S. Será o ensino escolar supérfluo no mundo das novas tecnologias? Educação e Sociedade, v. 19, n. 65, dez. 1998 (adaptado).

O paradoxo da relação entre as novas tecnologias e o mundo do trabalho, demonstrado no texto, pode ser exemplificado pelo(a)

a) Utilização das redes sociais como ferramenta de recrutamento e seleção.

b) Transferência de fábricas para locais onde estas desfrutem de benefícios fiscais.

c) Necessidade de trabalhadores flexíveis para se adequarem ao mercado de trabalho.

d) Fenômeno do desemprego que aflige milhões de pessoas no mundo contemporâneo.

e) Conflito entre trabalhadores e empresários por conta da exigência de qualificação profissional.

A alternativa correta é a letra D.

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